| 14/03/2008 12h16min
O petróleo Brent, de referência na Europa, voltou a disparar hoje e bateu um novo recorde na Bolsa Intercontinental de Futuros (ICE Futures), em Londres, onde superou pela primeira vez os US$ 108.
O barril do Brent para entrega em abril alcançou o pico de US$ 108,02 por volta das 11h de Brasília em Londres, um fato sem precedentes desde que esse mercado começou a funcionar, em 1988.
Assim, o Brent ultrapassou a marca de US$ 107,88 que tinha registrado no pregão anterior. Após chegar ao recorde histórico de US$ 108,02, o preço do Brent se moderou levemente e às 11h25min de Brasília era negociado a US$ 107,35, US$ 0,19 a menos que no fechamento de quinta-feira.
Assim como o Brent, o Petróleo Intermediário do Texas (WTI, leve), de referência nos Estados Unidos, bateu recordes esta semana, e na quinta-feira ultrapassou, pela primeira vez, a barreira dos US$ 111. A escalada do petróleo, que durante esta semana foi negociado a preços nunca vistos, está
ocorrendo como resultado da queda do
dólar, segundo os analistas.
O euro bateu nesta quinta-feira outro recorde frente ao dólar, após ultrapassar a marca de US$ 1,56 no mercado de divisas de Frankfurt, em um contexto de incerteza a respeito da economia dos Estados Unidos, principal consumidor energético do mundo. Essa fragilidade do dólar fez com que caíssem os preços de matérias-primas como o petróleo e o ouro - comercializados na moeda americana - para investidores que negociam em divisas mais fortes, o que estimula a demanda de petróleo.
Na quinta-feira, o ministro de Assunto Exteriores da Arábia Saudita, príncipe Saud Al-Faiçal, atribuiu a alta do petróleo às especulações dos investidores.
— As atuais turbulências nos mercados de petróleo se devem, em grande parte, à especulação, e não têm nada a ver com os fundamentos do mercado, que são estáveis — disse o chefe da diplomacia saudita em Dacar.
Além disso, a preocupação dos mercados diante da falta de
abastecimento contribui para a alta do petróleo,
principalmente considerando o aumento da demanda de economias emergentes como China e Índia.
A Agência Internacional da Energia (AIE), que tenta coordenar as políticas energéticas entre os países mais industrializados do mundo, convocou uma reunião para 17 de março, a fim de analisar a escalada do petróleo.
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