| 13/03/2008 09h33min
A principal mensagem que o governo quis passar ao mercado, com as três medidas na área cambial anunciadas na quarta-feira — e publicadas hoje no Diário Oficial da União—, é que não aceitará passivamente uma valorização excessiva do real, que possa comprometer as contas externas do país a médio e longo prazo.
— Estamos dando uma mensagem de que vamos nos mexer — resumiu o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
A tributação dos investimentos estrangeiros em renda fixa com uma alíquota de 1,5% do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), é um passo do governo para diminuir as chamadas operações de carry trade, observou o ministro. Essas operações são aquelas em que o investidor obtém um empréstimo em dólar, a juros baixos, traz o dinheiro para o Brasil, compra reais e utiliza os recursos para fazer aplicações em títulos públicos ou em fundo de renda fixa. Dessa forma, o investidor ganha com a valorização do real ante o dólar e na taxa de juro paga pelo Tesouro Nacional, a
mais elevada do mundo.
— O carry trade tende a ser ampliado com a queda acentuada do dólar no mundo inteiro — disse Mantega.
Com um possível aumento do ingresso de dólares no Brasil, maior seria a valorização do real e, em conseqüência, pior o desempenho da balança comercial do país. Em janeiro, houve uma saída de US$ 3 bilhões que estavam aplicados na Bolsa de Valores, mas, ao mesmo tempo, uma entrada de R$ 1,6 bilhão para aplicações em renda fixa, um fato atípico para este mês do ano.
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