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 | 10/03/2008 21h31min

OEA hesita em enviar força multinacional à fronteira entre Equador e Colômbia

Organismo lembra do fracasso de operação semelhante na República Dominicana, nos anos 60

O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, que visitou nesta segunda-feira, no Equador, o acampamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) atacado por militares colombianos em 1º de março, se mostrou cauteloso quanto à possibilidade de uma força multinacional de paz ocupar a fronteira entre ambos os países.

— Essa questão da força multinacional é difícil. A OEA já teve uma experiência e formou uma força multinacional (para a República Dominicana, nos anos 60) que fracassou. Eu tenho alergia a isso — declarou Insulza.

No entanto, o secretário-geral disse que a OEA "terá de estudar" a proposta do Equador para que seja criada uma força vigilante na fronteira com a Colômbia e evite incidentes como o de duas semanas atrás. Hoje, Insulza liderou a visita. O acampamento atacado fica na região de Angostura, na floresta amazônica equatoriana, a cerca de dois quilômetros da divisa com a Colômbia. No local ainda é possível ver a destruição causada pelo bombardeio do exército colombiano, que deixou mais de 20 mortos.

Acompanhada de jornalistas, a delegação vistoriou os dez buracos com cerca de dois metros de diâmetro e um de profundidade formados pelas bombas lançadas pela Força Aérea Colombiana. Após inspecionar o local, Insulza disse que a investigação do ocorrido permitirá o entendimento dos fatos e a elaboração de um relatório, o qual será exposto na reunião de chanceleres da OEA, prevista para a próxima segunda-feira, em Washington.

Ainda no meio da floresta, secretário-geral da OEA lembrou que amanhã a comissão estará na Colômbia para saber "a versão" que esta parte tem para o superado conflito. Ao lembrar que os governos do Equador e da Colômbia deram o incidente diplomático por encerrado durante a cúpula do Grupo do Rio, Insulza ressaltou que a OEA está empenhada em fortalecer as relações entre os países do grupo e em buscar mecanismos que impeçam a repetição de situações do tipo.

 



Missão de vigilância

A representante do Peru na OEA, María Zabala, disse aos jornalistas que visitaram o local que a possibilidade de uma missão de vigilância ser formada será determinada na reunião de chanceleres do organismo. Zabala acrescentou que especialistas serão os encarregados de definir a situação técnica do caso. Porém, ela destacou a vontade da OEA de estudá-la.

Durante a visita, a missão da OEA encontrou uma folha de papel, danificada pelo ataque e pelo clima amazônico, na qual era possível ler uma espécie de relatório da guerrilha sobre a libertação de Clara Rojas e Consuelo González, as duas primeiras reféns soltas pelas Farc sob a mediação do presidente venezuelano, Hugo Chávez. Na folha, lida por um repórter equatoriano perante o olhar atento de dois dos embaixadores da OEA, as Farc acusam o presidente colombiano, Álvaro Uribe, de interferir na libertação das seqüestradas, que foram entregues a Chávez em 10 de janeiro.

Acompanhando Insulza na inspeção, estiveram os ministros equatorianos da Defesa, Wellington Sandoval, de Governo (Interior), Fernando Bustamante, e Segurança Interna e Externa, Gustavo Larrea. Este último disse que a visita da missão da OEA é satisfatória para seu país porque a partir dela será comprovado que a Colômbia violou o território e a soberania do Equador.

Equador e Colômbia, acrescentou Larrea, terão de mudar o mecanismo que até agora usavam para resolver os problemas na fronteira, em referência à Comissão Binacional de Fronteira (Combifron), integrada por comandantes militares e diplomatas.

EFE
 
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