| 27/02/2008 12h18min
Ao defender a proposta de reforma tributária, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou que não haja interesse do governo em aprovar as mudanças.
— Esse negócio de ficar dizendo que o governo não faz a reforma tributária... Se o governo pudesse faria por decreto. Como não pode, temos de mandar para as instâncias democráticas aprovarem — disse ele.
Ao descer a escada do terceiro para o segundo andar do Palácio do Planalto para participar de reunião com empresários para discutir a reforma, Lula disse que, apesar do processo de eleitoral nos municípios, a proposta pode ser aprovada neste ano.
— Nós temos um ano político. Vocês conhecem o Congresso e sabem que a partir de junho está todo mundo na rua fazendo campanha. O ideal é que se a reforma tributária merece a pressa que todo mundo diz que merece, eu penso que eles poderão discutir e votar este ano ainda — afirmou.
Lula ressaltou que a proposta de reforma tributária que deve
ser encaminhada ao Congresso não é um projeto
apenas do governo mas uma necessidade da sociedade:
— Não é um projeto de governo. É feito com muitas mãos e cabeças.
Na sua avaliação, as divergências em relação a pontos específicos da reforma poderão ser superados no debate no Congresso.
— É uma outra chance que o Brasil tem de provar ao mundo que quer ou não uma reforma tributária — destacou Lula, referindo-se a outras propostas já discutidas no Congresso que não deram certo.
O presidente comentou também sobre as dificuldades dos Estados em aprovarem a proposta:
— Não é pouca coisa diminuir 27% legislações de ICMS e fazer uma só para o Brasil.
O presidente avaliou que após um amplo debate com o movimento sindical, empresários e governo, será possível uma reforma que acabe com a "guerra fiscal e dote o Brasil de uma política tributária que faça mais justiça social e todos possam ganhar".
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