| 26/02/2008 09h27min
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que as dificuldades energéticas da Argentina e do Brasil vão durar os próximos quatro anos. Em entrevista exibida pelo canal de TV argentino TN (Todo Notícias), ontem à noite, Lula afirmou que os investimentos para exploração de gás na Bolívia são urgentes, mas só terão efeito em 2012.
— A Bolívia tem muito gás, mas esse gás precisa ser explorado. E para ser explorado tem que ter investimentos, e o resultado destes investimentos não aparece no dia seguinte. Até 2012, vamos ter que tirar quase que da própria pele para atender às necessidades do mercado argentino, do mercado brasileiro — afirmou.
Para essa época, as previsões apresentadas por Lula, são de que a Bolívia deverá estar produzindo o equivalente a 73 milhões de metros cúbicos de gás.
Atualmente, há dúvidas sobre o volume certo da produção boliviana. O presidente da Bolívia, Evo Morales, tem afirmado que é de 42 milhões de metros cúbicos. Mas
na última reunião que Morales teve
com Lula e a presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, no sábado passado, ele disse que essa produção estaria em torno de 45 milhões de metros cúbicos. De qualquer forma, o volume não é suficiente para atender à demanda interna da Bolívia e os mercados do Brasil e da Argentina, todos em franco crescimento.
O presidente Lula voltou a afirmar que a expansão econômica do Brasil e da Argentina tem levado à maior demanda de energia, o que não foi previsto no passado.
— Mas nós não temos tempo de ficar discutindo o que não se fez no passado. Temos que olhar para a frente e ver o que podemos fazer — disse ele, enfatizando que o problema energético da região é estrutural. Neste sentido, “a comissão formada por Argentina e Brasil está discutindo mudanças estruturais do nosso modelo energético".
— Ou seja, qual é o nosso potencial hidrelétrico? Qual o nosso potencial de termelétrica? Ela vai ser movida a que? A gás? Mas se nós não temos gás,
vai ser a óleo diesel que polui o
planeta, e que é muito caro? Todos estes são desafios que temos para nós nos próximos quatro anos — afirmou.
Cuba
Na entrevista, Lula falou ainda sobre Cuba e disse que os países do Mercosul devem ajudar o país caribenho para que “não volte a ser um cassino”. Segundo ele, “Fidel tomou a decisão no momento certo (...)".
— Raúl é um homem preparado. E todos nós devemos contribuir para que Cuba não volte a ser um cassino.
Mas o presidente ponderou que não deve haver ingerência nas decisões do futuro do país, já que estas cabem aos cubanos e mencionou uma série de acordos entre o Brasil e Cuba para ajudar no desenvolvimento do país caribenho.
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