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 | 14/02/2008 16h29min

Especialistas dizem que Ronaldo não conseguirá manter o nível

Luciano Ramires e Luiz Marczyk acham que lesão vai acelerar o fim da carreira do atacante

Amauri Knevitz Jr.  |  amauri.knevitz@zerohora.com

O maior artilheiro da história das Copas do Mundo está começando a encerrar sua carreira. Especialistas ouvidos por zerohora.com acreditam que Ronaldo poderá voltar a jogar após a grave lesão no joelho sofrida nesta quarta-feira, mas nunca alcançará o mesmo nível de atuação que o consagrou como um dos maiores atacantes do planeta.

— Pode ser o início do fim da carreira. Ele deve voltar a jogar, mas com um rendimento muito abaixo do normal — acredita o médico do Inter Luciano Ramires.

— O futebol dele vai diminuir. Na primeira cirurgia, ele já perdeu um pouco da habilidade de antes — diz o ex-médico do Grêmio Luiz Roberto Marczyk, também especialista em joelhos.



O rompimento do tendão patelar é uma contusão rara, atinge poucos jogadores. A maioria sofre com problemas nos ligamentos cruzados. Pois Ronaldo rompeu o tendão dos dois joelhos. A patela se desprende e, puxada pelo músculo, sobe para a coxa. Na primeira lesão, em 2000, quando Ronaldo ainda jogava pela Inter, de Milão, é possível ver o caroço formado pela patela subindo pela perna do jogador. Para reconstruir o tendão, é preciso fazer um reforço com um pedaço de outro tendão.

Marczyk explica que esse tipo de contusão compromete de 30% a 40% da capacidade motora de uma pessoa. Depois, o paciente recupera boa parte do prejuízo, mas quase nunca se reabilita totalmente. Cita como exemplo o próprio Ronaldo, que, depois da cirurgia no joelho direito, ficou com restrições nos movimentos. Segundo o médico, o técnico da Seleção Brasileira na Copa de 2002, Luiz Felipe Scolari, conta que o jogador tinha dificuldades para se levantar, por causa do joelho.

Agora, com 31 anos, a recuperação será ainda mais difícil do que aos 23, na primeira cirurgia. A tendência é que a musculatura de Ronaldo atrofie e a gordura, aumente. De acordo com Ramires, o prazo da recuperação deve ser de um ano. Marczyk aposta em seis meses a um ano.

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