Em um dia de agenda internacional tranqüila, o índice Bovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo, abriu em alta mas, logo no início dos negócios virou o sinal e recuava 0,03%, na mínima do dia até o momento, para, depois, retomar o terreno positivo e subir 0,62%, a 59.333 pontos, na máxima do dia até às 11h12. Tudo indica, porém, que o pregão de hoje no mercado local tende a ser volátil, em linha com o comportamento das bolsas internacionais.

Ontem, o Ibovespa fechou em ligeira baixa de 0,01% e só não teve uma queda mais forte porque contou com a ajuda das ações da Petrobras, que fecharam em alta de mais de 3%, na esteira da notícia de que o grupo britânico BG elevou suas estimativas para as reservas do campo de Tupi, na Bacia de Santos, para algo entre 12 bilhões e 30 bilhões de barris, ante estimativa inicial de 1,7 bilhão a 10 bilhões.

Hoje, há dúvidas se as ações da estatal de petróleo vão continuar subindo ou se vão devolver a alta. Segundo especialistas, o volume estimado pela BG para as reservas na área de Tupi refere-se ao óleo "in place", e não óleo recuperável como faz a Petrobras. Isso significa que a BG faz o cálculo sobre toda a acumulação de petróleo existente no local, enquanto a estatal brasileira projeta o volume que pode ser retirado do reservatório. Na prática, explicam geólogos, os dois números acabam sendo semelhantes, já que a média recuperável em um campo comum é de 30% do total "in place". No melhor dos cenários, dizem os analistas, a Petrobras extrairia 15 bilhões de barris recuperáveis. Após a abertura, às 11h08min, as ações ordinárias (ON) da Petrobras avançavam 1,14% e os papéis preferenciais (PN) tinham ganhos de 0,92% — ambos na cotação máxima até o momento.

Ainda do lado corporativo, as ações da Oi (ex-Telemar) pode reagir à notícia divulgada hoje pelo jornal Valor Econômico de que o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai financiar a reestruturação societária da empresa de telefonia mas, em contrapartida, o banco terá direito a uma remuneração variável, baseada na valorização das ações da nova companhia, resultante da união da Oi e Brasil Telecom (BrT). Se as ações caírem, valerá remuneração fixa. Se subirem, o retorno do BNDES acompanhará a valorização. Às 11h09min, as ações ON da BrT subiam 1,14%, na cotação máxima do dia, e as ON da Telemar recuavam 0,97%.

No cenário externo, as compras de ações são contidas pelo temor de recessão da economia dos Estados Unidos. Na madrugada, a presidente do Fed de San Francisco, Janet Yellen, afirmou que a possibilidade de os EUA caírem em recessão não pode ser descartada.

— O resultado mais provável não é uma recessão — disse Yellen, ressaltando, no entanto, que "há uma chance razoável de uma recessão associada a minha própria previsão de crescimento mais lento".

Nos EUA, onde as bolsas encerraram a quinta-feira em alta moderada com a procura por pechinchas, o Nasdaq futuro cedia 0,28% e o S&P 500 recuava 0,60% às 11h11min (de Brasília).