| 08/02/2008 02h22min
Um dia depois de abandonar o Vasco minutos antes da partida contra o Friburguense, afirmando que sua "história no clube havia acabado", o treinador e jogador Romário mudou o tom do discurso. Em entrevista à uma emissora de televisão, ontem à noite, o atacante disse que pode voltar a jogar no Vasco e que tudo não passou de um desentendimento passageiro com o presidente Eurico Miranda, a quem chamou de seu "pai no futebol".
Romário garantiu, no entanto, que não seguirá como treinador.
— Treinador para mim não dá mais. Não posso dizer que não vou encerrar a minha carreira no Vasco. Às vezes os pais brigam com os filhos. E posso dizer que ele (Eurico) é o meu pai no futebol. A gente teve um desentendimento. Mas daqui a pouco a gente volta — disse o atacante de 42 anos.
Desde que assumiu com carta-branca o comando do time em 6 de dezembro, ele protagonizou pequenos atritos com o poderoso presidente vascaíno. No maior deles, se viu contrariado com a
contratação de Edmundo, seu desafeto há
muito tempo. No primeiro treino, dia 21 de janeiro, os dois nem se cumprimentaram.
Depois do episódio de quarta-feira, Edmundo parece desfrutar da simpatia de Eurico Miranda e pode reestrear no dia 16, em semifinal da Taça Guanabara, possivelmente contra o Flamengo, que até ontem prometia contratar Romário e proporcionar-lhe um digno jogo de despedida.
Curiosamente, em 2000 os desafetos de São Januário tiveram briga semelhante. O "dono" de São Januário era Edmundo. Depois, Romário ganhou a briga pela braçadeira de capitão e pela condição de cobrador oficial de pênaltis. Foi quando declarou que Eurico era o "rei", ele, o "príncipe" e Edmundo, o "bobo".
Pois o "rei" admitiu ontem a intervenção pela escalação de Alan Kardec, mesmo que o então técnico tivesse treinado o time com Abuda durante a semana. A decisão foi comunicada por telefone a Romário, que recém chegava ao estádio. Nem viu o Vasco vencer o Friburguense por 2 a 0.
Alan
Kardec tem proposta do Paris Saint-Germain, e o
dirigente não gostaria de vê-lo agora na reserva. Um dia depois de sair do Vasco, Romário recebeu uma má notícia: o STJD indeferiu pela terceira vez o pedido de efeito suspensivo à suspensão de 120 dias por doping. O recurso será julgado pelo Pleno do tribunal somente em 14 de fevereiro.
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