| 01/02/2008 08h48min
O mesmo guri que, no início dos anos 2000, surgiu como esperança gremista ao ser apontado como o novo Ronaldinho agora só quer uma nova chance. É assim que o meia Bruno, 23 anos, encara sua contratação pelo Santa Cruz, anunciada na noite de quarta-feira. Muito mais do que ajudar o clube a obter uma boa posição no Grupo 1 do Gauchão, a vontade do jogador é a de recomeçar.
– É a oportunidade que tenho para conseguir aparecer de novo – admite.
Feliz com o novo clube, Bruno diz ter superado a época em que foi comparado a Ronaldinho e espera que a torcida gaúcha também tenha deixado esta fase para trás.
– Quem entende futebol sempre soube que meu estilo de jogo nunca teve nada a ver com o dele. Ainda bem que é passado – comemora, lembrando que a comparação o incomodava.
Bruno virou notícia em 1999, quando o Arsenal tentou levá-lo para um período de testes na Inglaterra. Mas a família do garoto, então com 15 anos, rejeitou a oferta de US$ 250 mil. Com passagens vitoriosas pelas seleções de base do Brasil dos 15 aos 20 anos, o meia voltou a despertar o interesse europeu na virada de 2003 para 2004 - o Sporting de Lisboa fez uma proposta. Após conversar com o técnico do Grêmio na época, Adílson Batista, o meia decidiu ficar no clube.
– Não me arrependo, nos dois casos. Em 1999, reconheço que eu era muito jovem para ir para a Inglaterra.
No Grêmio - onde permaneceu até janeiro de 2006 - , Bruno, de modo geral, sofreu com a intolerância dos torcedores que esperavam ver nele o sucessor de Ronaldinho. Acusado de ser lento e pouco participativo, recebeu o apelido de Bruno Soneca.
– A comparação com o Ronaldinho foi extremamente prejudicial – diz Tite, técnico que lançou o meia nos profissionais, em 2002.
– O Bruno tem um estilo mais cadenciado, o Ronaldinho é explosivo. E não dá para comparar um jogador em formação com outro que já está pronto.
Casado e com um filho, Bruno encerrou 2007 no Joinville
Do Bruno que jogou no Grêmio para o que chega ao Santa Cruz, após passagens por Fluminense e Porto Alegre (na Segundona de 2007), muita coisa mudou, garante o jogador (que se casou e tem um filho de um ano e quatro meses). Sobretudo em campo. Ele diz que agora aprendeu a marcar e sabe chamar o jogo para si:
– Jogar o Gauchão sem saber marcar não dá. Quero mostrar tudo o que aprendi depois que saí do Grêmio.
Sem time desde o fim do ano passado, quando deixou o Joinville, Bruno chegou a Santa Cruz do Sul na noite de quarta-feira. O meia diz que analisou outras propostas, vindas de clubes paulistas. Mas não teve dúvidas na hora de optar por voltar no Rio Grande do Sul:
– O Gauchão, como um dos campeonatos estaduais mais difíceis do país, é importante para mim e pode me ajudar a conseguir despontar novamente em um grande clube no futuro.
– Agora chegou o momento dele – acredita Denis Abrahão, diretor de futebol do Grêmio na época de Bruno.
– Ele era muito imaturo. Mas tem talento de sobra. Se encontrar uma equipe em que consiga desenvolver seu potencial, pode vir a se tornar um jogador top de linha.
Técnico de Bruno no Porto Alegre, Julio César Rodrigues elogia:
– Trabalhamos bastante a finalização do Bruno, que tinha uma chegada muito boa para uma cabeceada, mas faltava ambição de gol, não agredia muito. Ele vai entrar no Gauchão sabendo fazer uma marcação ofensiva muito boa, com bom drible e passes muito precisos. Eu o indicaria para qualquer clube do Brasil.
Embora deva conquistar a titularidade no Santa Cruz, Bruno dificilmente sairá jogando na noite desta sexta, às 20h30min, nos Plátanos, contra a Ulbra.
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