| 28/01/2008 18h24min
O ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, disse nesta segunda-feira que a postura do Brasil nas negociações da Rodada Doha será flexível, mas dentro de alguns princípios e proporcionalidades. Após almoçar com o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, ele disse ainda que a proposta que o Brasil aceitará para o teto anual de subsídios americanos para a agricultura será a que atingir o valor mais próximo do piso proposto pelo grupo de agricultura da Organização Mundial do Comércio (OMC): entre US$ 13 bilhões e US$ 16,5 bilhões.
Sem revelar quais seriam os limites que o país aceitaria na redução de suas tarifas industriais e na definição de um teto anual para os subsídios americanos à agricultura, Amorim afirmou que da mesma forma que Estados Unidos e União Européia esperam que o Brasil ceda em suas posições, o Brasil e os membros do G-20 também desejam que sejam feitas contrapartidas por parte dos países desenvolvidos.
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Eu gostaria que os
subsídios internos americanos fossem a zero. Eu sempre digo que se nós estivéssemos fazendo em indústria o que eles fazem em agricultura, não era só ter um caso de solução de controvérsias não, a gente estaria na cadeia. É um absurdo — declarou. — Eu sei que eles não vão reduzir o subsídio interno a zero, exportação vai, então é isso. Da mesma maneira, eles têm que respeitar os nossos limites — ressaltou.
Na avaliação de Amorim, os "constrangimentos" de 2008, como as eleições americanas, a ameaça de uma crise nos EUA e de uma recessão no Japão, segundo noticiou o banco Goldman Sachs, são fatores que, paradoxalmente, poderiam ajudar na conclusão da Rodada Doha:
— Todos nós temos a experiência da história de que toda vez que houve uma crise, uma recessão, e que medidas protecionistas ou de fechamento do comércio foram adotadas, elas redundaram em mais recessão e não resolveram os problemas.
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