| 11/01/2008 20h18min
O PMDB conseguiu a nomeação do senador Edison Lobão (PMDB-MA) para o Ministério de Minas e Energia, mas não terá autonomia em nomear afilhados políticos na direção das principais e cobiçadas estatais do setor de energia. A entrega da pasta no sistema "porteira fechada", com todos os cargos distribuídos ao partido, foi vetado pela chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que defendeu a ocupação das funções estratégicas por técnicos ligados ao PT — e a ela, principalmente.
O esvaziamento do ministério foi confirmado nesta sexta-feira por líderes peemedebistas, um dia depois da legenda levar o nome de Lobão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao destacar que a verticalização, regra pela qual a sigla assume todos os postos de comando da pasta, não é comum no governo, embora a filiação partidária seja um dos critérios nas indicações.
— Temos um governo de coalizão e a verticalização do ministério não é a política do governo — afirmou o líder do governo no Senado, Romero
Jucá (PMDB-RR), para
quem, depois da posse, Lobão estará envolvido no preenchimento das funções vagas. — Não existe nenhum ministério de porteira fechada. Os cargos que estiverem ocupados não serão mudados, pois não estamos num novo governo — insistiu Jucá, ao destacar a importância de não haver interrupção no setor.
Cauteloso, ele pediu calma nas nomeações para vagas vinculadas ao setor energético, mesmo porque se trata de uma área sensível e estratégica. Na mesma linha, o líder da agremiação na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), disse que Lobão fará uma avaliação criteriosa das indicações de Lula, responsável pelas nomeações.
— Com certeza, Lobão terá todo o cuidado nessa questão — afirmou Alves, ao acreditar que, além das reivindicações partidárias, ele respeitará o perfil técnico, lembrando que estatais como as Centrais Elétricas Brasileiras (Eletrobrás) e do Norte do Brasil (Eletronorte) e Furnas Centrais Elétricas sempre estiveram sob o comando de funcionários ligados ao partido,
enquanto a Petrobras se
tornou um reduto do PT na gestão Lula, e dizendo crer que, mesmo que não venha a montar o ministério, o senador do PMDB terá influência. — Não vai haver brigas. Estamos passando por um momento difícil no setor e tudo passará pelo crivo do novo ministro — comentou.
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