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 | 10/01/2008 07h58min

Inter aposta na versatilidade para obter sucesso em 2008

Jogadores têm demonstrado capacidade de desempenhar múltiplas funções

Diogo Olivier, Enviado Especial/Abu Dhabi  |  diogo.olivier@zerohora.com.br

A frase é do lateral-direito, ou seria volante?, Jonas, emblemática para o Inter multiuso que ganhou a Copa Dubai e agora se enche de esperança de voltar à Libertadores em 2009. Com a mochila do treino às costas, ele sai do elevador que dá acesso aos quartos do hotel do Al Jazira, dentro do estádio Mohammed Bin Zayed, em Abu Dhabi: 

– A minha posição de origem? Boa pergunta: sabe que não sei mais?

Jonas, 20 anos, já jogou nas duas laterais, em todas as posições do meio-campo e até como terceiro zagueiro em sua curta carreira. Como é reserva do volante Wellington Monteiro – outro improvisado –, pouco fala-se dele. Mas é um bom exemplo para definir a condição privilegiada do técnico Abel Braga.

Todos os titulares são capazes de desempenhar múltiplas funções com qualidade. Até Renan, cuja habilidade com os pés é acima da média, volta e meia se posiciona como líbero, se o time está muito à frente. 

– É tendência mundial. Eu já joguei nas quatro posições do meio-campo. Não é por nada que treino chute a gol e cruzamento. Cada dia posso estar em um lugar – diz Magrão, prato de pudim na mão e a caminho do quarto, após jantar. – Na hora de contratar, os dirigentes perguntam isso ao jogador. Hoje em dia é assim.

Assim, com um grito bem dado à beira do campo, sem precisar recorrer às substituições, Abel pode alterar o time do 4-4-2 para o 3-5-2. Ou se resguardar, colocando três zagueiros, seis no meio-campo. Neste caso, Fernandão recua e deixa só Nilmar na frente. Como no 1 a 0 sobre o Stuttgart. 

– Nunca tive na mão um time tão versátil como este. No ano passado, quando voltei, havia nove zagueiros no grupo. Nove! Não dava nem para fazer coletivo direito – lembra Abel, saudando o grupo enxuto e, paradoxalmente, com mais alternativas.

O exército de curingas também movimenta a vida no andar de baixo. Os reservas já perceberam a nova realidade. É o caso do zagueiro Danny Morais, 22. No começo do ano, Abel perguntou se ele não queria se exercitar como volante. Danny aceitou o desafio. Na Copa Dubai, entrou no segundo tempo – como volante. 

– É matemático: se eu jogar em mais de uma função, dobram as minhas chances de entrar no time. Tem um monte de zagueiro bom na minha frente – resume Danny.

Jogadores curingas

Agora mesmo, na ausência de Guiñazu: se fosse escalar os titulares no amistoso contra o Al Jazira, sábado, Iarley entraria no time. E nova reengenharia teria início. Fernandão seria puxado para o meio, Alex iria para a esquerda e o ataque formaria com Nilmar e Iarley. Quase um 4-3-3. Os novos reforços se enquadram nesse conceito. Bustos é ala ou lateral pelos dois lados. Andrezinho é meia ou atacante. 

– Este pode ser o nosso diferencial este ano – suspira o vice de futebol Giovanni Luigi, entre um e outro gole de café no treino noturno em Abu Dhabi.

 
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