Bilawal Bhutto, filho da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto, afirmou hoje que o Paquistão se desintegrará se não houver eleições livres no país, e também pediu respeito à sua privacidade enquanto estiver estudando Direito na Universidade de Oxford.

— Fui chamado e me apresentei — disse Bilawal, de 19 anos, em entrevista em Londres, eleito sucessor de sua mãe na Presidência do Partido Popular do Paquistão (PPP).

No entanto, ele disse que só assumirá plenamente as funções no partido quando terminar os estudos. O filho de Benazir afirmou que o assassinato de sua mãe, em 27 de dezembro, tornou-o mais forte.

— Agora quero ver realmente a democracia no Paquistão — disse.

Sobre a morte de sua mãe, Bilawal confirmou que o PPP não acredita que uma investigação do governo paquistanês tenha a transparência necessária.

— Muitas evidências já foram destruídas — declarou.

Bilawal defendeu a decisão de seu partido político de escolhê-lo como seu líder.

— A política está em meu sangue. E apesar de admitir que minha experiência é limitada, quero aprender — disse.

Segundo Bilawal, ele foi eleito líder do PPP porque o partido reconheceu que precisava de um vínculo forte com a família Bhutto, depois da crise desatada pelo assassinato de sua mãe.

— Também era importante levar esperança a uma nova geração de paquistaneses que olham não só para essas eleições (de 18 de fevereiro), mas mais adiante — declarou o jovem.

Enquanto Bilawal estudar em Oxford, seu pai, Asif Ali Zardari, comandará o partido.

— Essa é uma experiência nova para mim, e estou um pouco nervoso. A não ser que termine os estudos e tenha maturidade, reconheço que nunca estarei em posição de ter sabedoria suficiente para entrar no círculo político — reconheceu.

Também pediu que sua privacidade fosse respeitada em Oxford e criticou alguns jornalistas por tentarem conseguir informações sobre ele.

— Quando estiver em Oxford, espero que me deixem em paz — pediu.

Bilawal estuda Direito em Oxford, universidade onde seu avô, Zulfiqar Ali Bhutto, fundador do PPP e o primeiro chefe de governo eleito no Paquistão, também se formou.

Uma equipe da Scotland Yard, formada por detetives e especialistas em medicina legal, está desde a semana passada no

Paquistão para ajudar na investigação sobre o assassinato de Benazir, a pedido do presidente do país, Pervez Musharraf.