O cancelamento da edição 2008 do Rali Dacar decepcionou os pilotos que se preparavam para buscar o título da competição a partir desde sábado, quando começaria a disputa. O espanhol Carlos Sainz, um dos favoritos deste ano, se mostrou preocupado com as conseqüências da medida, tomada em função de ameaças terroristas na Mauritânia. As informações são do site GloboEsporte.com.

– Anular uma prova como o Dacar por um motivo fora do esporte é um precedente muito ruim para o esporte em geral – afirma.

José Luis Monterde, da equipe Tecnocastellón, também da Espanha, disse que a decisão tomada pela organização surpreendeu os pilotos. Apesar de lamentar o ocorrido, ele reconheceu que o cancelamento era praticamente inevitável.

– Todos estávamos em Lisboa esperando que encontrassem uma saída. Estamos pensando nessa corrida há meses e esse cancelamento joga no lixo o trabalho que centenas de pessoas vêm realizando há quase um ano. Mas é evidente que, se decidiram tomar uma decisão tão radical quando essa, é porque têm motivos de peso para fazê-lo. No ano passado, já tiveram que redesenhar o itinerário do rali durante sua passagem pela Mauritânia, em conseqüência de uma ameaça terrorista – lembra Monterde.

Vencedor do Dacar nas motos em 2006, Marc Coma está cético quanto às intenções da organização, que garantiu a realização do rali em 2009. Para o piloto, o fato ocorrido este ano mudará a competição para sempre.

– No início, você pensa que vai ficar um ano sem correr, mas logo você se lembra de outras coisas, do trabalho dos mecânicos, dos amigos que tem na África. Não é só a corrida, é tudo o que envolve a competição, o trabalho de muitos meses – lamenta.