| 28/12/2007 15h32min
O consumo de energia subiu 4,7% em 2007, segundo balanço preliminar divulgado nesta sexta-feira pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). O valor é menor do que os 5,4% projetados na última quarta-feira pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e pode sinalizar uma mudança de patamar no mercado brasileiro de energia, avaliam técnicos do ONS. Pela primeira vez, o crescimento do consumo ficará abaixo da expansão do PIB, o que pode indicar uma maior participação de segmentos não intensivos em energia na economia brasileira.
O balanço do ONS aponta que a carga de energia no país — o dado inclui consumo e perdas de eletricidade no sistema — atingiu os 49.706 megawatts (MW) médios em 2007, contra 47.473 MW médios em 2006. O comportamento do consumo tem grande influência do subsistema Sudeste/Centro-Oeste, que representa 62% da carga de energia do país e teve crescimento de 5% durante o ano.
Segundo avaliação do ONS, a alta foi provocada pela expansão da renda do
consumidor, que movimentou
a economia nas duas regiões. Para o operador do sistema elétrico, serão necessários novos estudos para descobrir as razões do descolamento entre o crescimento do consumo de energia e o restante da economia, mas a mudança de metodologia do PIB e o aumento da autoprodução de energia por grandes consumidores também são fatores que podem explicar a questão. Em seu planejamento de longo prazo, a EPE trabalha com a evolução do consumo de energia entre um e nove pontos percentuais acima do PIB, dependendo do cenário.
O levantamento do ONS aponta crescimento no consumo de energia em todas as regiões. A maior alta ocorreu nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, seguida pelo Nordeste, com 4,8%, impulsionado pelo desenvolvimento econômico regional provocado pelos programas sociais do governo.
No Sul, o crescimento na carga de energia foi de 4%, com forte influência da retomada da produção agrícola. Já no Norte, o aumento foi de 3,7%, também com reflexos dos programas sociais,
acrescidos do crescimento do
consumo industrial.
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