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 | 28/12/2007 03h43min

Começa missão humanitária para receber três reféns das Farc

Parentes dos sequestrados e emissários internacionais chegam a Caracas

A missão humanitária para receber três seqüestrados pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) "está em andamento", disse o presidente venezuelano, Hugo Chávez, enquanto parentes dos seqüestrados e emissários internacionais chegavam a Caracas para partir da caravana aérea.

— A operação entrou em andamento — declarou Chávez à imprensa no Palácio de Governo. Pouco antes, o Governo colombiano havia anunciado, em Bogotá, que o prazo para a operação começou a correr às 19h (22h de Brasília), terminando às 18h59min de domingo (21h59min de Brasília).

A janela de 72 horas foi pactuada pelos dois governos, disse César Mauricio Velásquez, secretário de imprensa da Casa de Nariño, sede do executivo colombiano. No entanto, Cháves negou ter combinado um prazo. Em outra declaração, Chávez acrescentou que nesta sexta-feira, "aproximadamente às três da tarde", começará o "primeiro vôo" de aviões venezuelanos à Colômbia para a entrega dos três cativos.

Na Operação Transparência, aviões e helicópteros venezuelanos recolherão a ex-candidata à vice-presidência colombiana Clara Rojas, o seu filho Emmanuel, nascido em cativeiro há três anos, e a ex-congressista Consuelo González. Segundo Velásquez, a frota será formada por um avião Falcon 900, dois Falcon 50 e dois helicópteros MI-17. A sua base será o aeroporto Vanguardia, da cidade de Villavicencio, cerca de 126 quilômetros a sudeste de Bogotá.

Um avião oficial argentino, transportando o ex-presidente Néstor Kirchner, também poderá entrar na Colômbia e aterrissar em Vanguardia. Kirchner e o chanceler da Argentina, Jorge Taiana, chegaram esta noite à Venezuela. Eles estão entre os emissários que serão fiadores da libertação dos reféns.

— Viemos humildemente colaborar com a nossa vontade, a nossa irmandade latino-americana, para ajudar em tudo o que seja possível — afirmou Kirchner.

Também está na capital venezuelana como delegado brasileiro o assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia. Antes de sair do Brasil ele disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recomendou cautela.

— O presidente se limitou a uma recomendação: faça tudo bem feito — revelou Garcia.

Parentes dos três cativos estão em Caracas, aonde chegaram esta noite. Eles foram recebidos pela senadora colombiana Piedad Córdoba, que até o mês passado atuava com Chávez como mediadora de uma troca humanitária. O grupo de parentes é formado por pelo menos 18 pessoas. Entre elas estão a mãe de Clara Rojas e avó de Emmanuel, Clara González de Rojas, e as duas filhas de Consuelo González de Perdomo, Patricia Elena e María Fernanda Perdomo.

Os emissários da Bolívia, Sacha Llorenti, e do Equador, Gustavo Larrea, ainda são esperados em Caracas. Eles e os embaixadores da França e Cuba na Venezuela completam o grupo de fiadores da operação. As Farc anunciaram em meados deste mês que entregariam três dos cativos a Chávez, como desagravo pela decisão de Uribe de encerrar a mediação do governante venezuelano.

Uribe disse hoje que mantém a esperança de que as Farc libertem todos os seqüestrados, e não só aqueles mantidos em cativeiro com fins de troca. Em Villavicencio, as autoridades colombianas reforçaram as medidas de segurança, principalmente no aeroporto, que será a base de operações para a entrega dos três seqüestrados. Três anéis de segurança foram dispostos ao redor do terminal, com 350 membros da polícia, do Departamento Administrativo de Segurança (DAS), da promotoria e do exército. Membros do exército percorrem também as ruas e os acessos à cidade de 400 mil habitantes, capital do departamento de Meta.

EFE
 
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