| 22/11/2007 16h10min
Um ano para os colorados esquecerem? Certamente a idéia sobre a temporada de 2007 não é boa para a maioria da torcida. Entretanto, a pergunta que abre essa reportagem pode ser considerada um tanto exagerada, se for levada em conta a conquista da Tríplice Coroa, com o título da Recopa Sul-Americana. O clicRBS ouviu cinco jornalistas e cronistas esportivos do Estado e do centro do país para fazer uma avaliação do Inter pós-Mundial de Clubes e projetar os desafios da equipe em 2008.
Começo de temporada tumultuado
O Inter entrou na disputa do Gauchão com o time B, em razão das férias do grupo principal. A equipe amargou resultados ruins e, quando os comandados de Abel
Braga assumiram a peleja não conseguiram reverter a situação. Assim, o time acabou desclassificado pelo Veranópolis na primeira fase, terminando a competição em sexto lugar na classificação geral. Para o apresentador e comentarista da Rádio Gaúcha Nandro Gross, o clube se equivocou no planejamento inicial e em não reforçar o grupo:
– O Inter errou todo o planejamento de início de temporada. O Inter se equivocou também ao pensar que tinha um grupo completo, e não tinha, precisava reforçar – declarou.
Opinião semelhante tem o colunista de Zero Hora, comentarista e ex-jogador do Colorado, Paulo Roberto Falcão:
– O Inter foi campeão mundial, perdeu muitos jogadores e achou que não precisava contratar ninguém. Começou a ter problemas, saiu para contratar e quando se contrata correndo, no meio da
competição, não se consegue formar um time. Um time tem que ser formado no começo do ano,
fazer uma preparação todos juntos – salientou.
Já o editor de Esportes de Zero Hora, David Coimbra, apontou que a melhor peça do Colorado deixou o Beira-Rio ainda em 2006:
– Perdeu seu principal jogador, o Tinga. Só que o Tinga não estava no Japão, mas no Mundial o Inter jogou muito mal a primeira partida e depois foi um jogo de exceção contra o Barcelona. Um jogador como o Tinga não se encontra facilmente. Não que ele seja um craque, mas é pela personalidade dele, a forma como ele joga, pela liderança que ele tem – comentou.
A decepção na Libertadores
Com a desclassificação no Estadual, o time apostou forte na Libertadores, porém, também não
obteve sucesso, parando na primeira fase. Começou o Brasileiro e a equipe de Abel Braga seguia instável e abaixo das expectativas. Mesmo com o peso dos títulos da Libertadores e Mundial, o treinador deu lugar para a revelação Alexandre Gallo. O novo técnico garantiu o título da Recopa sobre o Pachuca, porém, promovia muitas mudanças na equipe e o Colorado patinava no Brasileirão. Sem melhorias, Abelão retornou ao Beira-Rio.
– Foi uma coisa um pouco inusitada porque ele também estava estressado e esperava uma reação diferente da torcida diante dos primeiros insucessos. A reação foi a que foi e ele pensou: "Quer saber? Vocês vão ter saudades de mim". Foi o Jânio Quadros que deu certo. O Jânio quando renunciou imaginava que o povo fosse carregá-lo de volta ao Palácio e o povo não deu um passo
nesse sentido. E o Abelão voltou nos braços do povo –
comentou o colunista da Folha de S. Paulo e apresentador da ESPN Brasil, Juca Kfouri.
A instabilidade se seguiu no Beira-Rio. Sem Alexandre Pato, vendido ao Milan e Fernandão no departamento médico, o clube foi às compras, acertando as contratações dos zagueiros Orozco e Sorondo e do meia Guiñazu. Antes deles, já havia confirmado o volante Magrão. Mas a melhor notícia veio mesmo em setembro: o retorno do atacante Nilmar.
– O Inter soube contratar para a temporada de 2008. Mesmo com algumas opiniões de que demorou, mas o clube soube perceber que o elenco precisava de reforço, e os que vieram são bons reforços. A temporada acaba com boas perspectivas para o ano que vem – analisou o apresentador e narrador da Sportv e TV Globo, Cléber Machado.
Depois de rondar a zona de rebaixamento, o Inter se recuperou no Nacional, ocupando agora a nona posição na tabela com 51 pontos, praticamente confirmado na Copa Sul-Americana. Abel conseguiu acertar o time no final do campeonato, animando sobretudo a torcida para 2008, que começará já com a disputa do Torneio de Dubai, nos Emirados Árabes.
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