Rafael Nadal admitiu que teve problemas no começo desta temporada, na qual levou o tricampeonato do Grand Slam de Roland Garros e encerrou no segundo lugar no Ranking da Associação dos Tenistas Profissionais (ATP). Segundo ele, o começo de tudo foi a derrota na final de Wimbledon para o número 1 do mundo, Roger Federer, no começo de julho deste ano.

– Em um ponto do ano, começaram a falar que eu poderia acabar o ano na liderança do ranking. A partida chave foi a final de Wimbledon. No vestiário, estava muito triste. Perdi um jogo onde tive muitas chances, em um torneio que sonho muito em vencer. Comecei a chorar de raiva, de tristeza – confessou Nadal.

– Foi a única partida do ano que me fez chorar. Isso já aconteceu algumas vezes na minha carreira – admitiu.

Nadal conta também que correu o risco de perder a companhia de Toni, seu tio e treinador, que chegou a colocar seu cargo à disposição após um fraco início de ano, mas o tenista rechaçou a oferta.

– Ele não era o problema. Tive coragem de mudar a situação sem trocar de técnico. Toni é e sempre será meu treinador – disse.

As dificuldades também acompanharam o número 2 do mundo na campanha do título em Roland Garros. O atleta revelou que sofreu com dores nos pés ao longo de toda a competição, o que complicou suas apresentações em quadra.

– Joguei as duas semanas com o pé dormente, precisei tomar infiltrações e até anestesia. Não queria ir ao hospital para criar uma dúvida na minha cabeça. Sabia que não era nada sério, apesar de doer bastante – lembrou Nadal.

Segundo o espanhol, a perda da incrível seqüência de 81 vitórias consecutivas em sua superfície favorita, o saibro, não lhe assustou. Isto porque, Nadal reconhece que na ocasião em que fora derrotado pelo rival Roger Federer na decisão do Masters Series de Hamburgo, sua energia estava no limite.

– Cheguei exausto a Hamburgo. Tinha momentos quando pensava que minha cabeça ia explodir, principalmente contra Roger. Estava disputando finais nas últimas quatro ou cinco semanas, sempre partidas difíceis e com muita pressão. Pensava nisso todos os dias. E chega um ponto quando você está cansado demais – reconheceu.

A última participação de Rafael Nadal ocorreu nesta terça-feira, em uma partida de exibição contra o francês Richard Gasquet, em Kuala Lumpur, na Malásia. Sem pressões, o espanhol superou o rival por 2 sets a 1, com as parciais de 3/6, 6/2 e 6/3.