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 | 01/11/2007 16h33min

Grêmio apresenta sinais de desequilíbrio emocional

Especialista diz que time tricolor aparenta ser fraco psicologicamente

Márcio Luiz  |  marcio.luiz@rbsonline.com.br

Declarações polêmicas, agressões físicas dentro e fora de campo, expulsões por motivos banais. Os episódios verificados na noite de quarta na partida entre Atlético-PR e Grêmio, antes e depois do jogo na Arena da Baixada, e que tiveram desdobramentos no aeroporto de Curitiba na manhã desta quinta, levantam as suspeitas: seria o Grêmio um time desequilibrado emocionalmente?

Para responder à questão formulada acima, o clicRBS ouviu a opinião de um especialista. Mestre em Educação pela Universidade de Brasília e especialista em psicologia do esporte, o professor da UFRGS Paulo Gomes mesmo de longe vê claro sinais de fraqueza psicológica no grupo gremista.

– Embora eu não saiba exatamente o que aconteceu, só por perceber que teve agressões verbais e físicas, você vê que existe um descontrole emocional muito forte na equipe – diz Paulo Gomes.

Segundo o especialista, talvez o grupo do Grêmio não esteja lidando muito bem com a pressão da disputa por vaga na Copa Libertadores do próximo ano. Assim, os jogadores podem estar sofrendo de ansiedade, transtorno que afeta a psique e a até a musculatura dos indivíduos, causando, consequentemente, perda de performance seja qual for a atividade desempenhada.

Paulo Gomes ressalta que os indivíduos costumam reagir de formas diferentes diante de situações de estresse. Alguns são mais suscetíveis aos transtornos da ansiedade do que os outros. E isso precisa ser levado em consideração e trabalhado dentro dos clubes de futebol, assim como o são as partes física e técnica.

– Seria interessante o clube entender essa suscetibilidade que alguns, mais do que os outros, apresentam frente ao estresse e à ansiedade e como lidar como isso. Traçar estratégias de enfrentamento, que pelo que percebo no Grêmio não tem. Os jogadores estão reagindo da forma mais imatura possível – opina. 

Tcheco é o mais instável

Do atual grupo gremista, o meia Tcheco já deu vários sinais de imaturidade durante a temporada. Na partida de ontem contra o Atlético-PR, teve outro de seus “chiliques” e deixou o time “na mão”, conforme palavras do técnico Mano Menezes. Tudo ia bem até aos 17 minutos do segundo tempo, quando, irritado com a não marcação de um escanteio a favor do Grêmio, o capitão reclamou acintosamente com o árbitro Wagner Tardelli. Primeiro recebeu o cartão amarelo, mas seguiu reclamando. Resultado: vermelho e rua.

Não foi a primeira vez que Tcheco prejudicou o desempenho do time neste Brasileirão. Na partida do dia 3 de outubro, o Grêmio vencia o Atlético-MG por 2 a 1, no Olímpico, quando o meia recebeu um cartão amarelo e seguiu reclamando do árbitro. Percebendo que a expulsão era questão de minutos, Mano Menezes tirou o jogador de campo. O time caiu de rendimento e sofreu o empate. “Tá nervoso? Vá pescar!”, foram as palavras do técnico para seu capitão, ainda na casamata do Olímpico.

Mas Tcheco não o único no Olímpico a apresentar tal instabilidade emocional. Outros jogadores e até o técnico Mano Menezes já perderam a cabeça durante a atual temporada. O treinador gremista já foi expulso pelo menos quatro vezes do banco de reservas nas duas últimas temporadas, todas por reclamar demais do árbitro. Na última delas, contra o Corinthians, foi punido com 30 dias de gancho.

O treinador também tem sua parcela de culpa no recente papelão feito pelo Grêmio contra o Palmeiras, no dia 6 de outubro, no Parque Antártica. Na véspera do jogo, trouxe para primeiro plano as provocações do chileno Valdívia, que havia taxado o time gaúcho de violento. Os gremistas foram a campo nervosos e só confirmaram as declarações do adversário. Provocado, o volante paraguaio Gavilán agrediu grosseiramente o jogador chileno com um soco nas costas, que acabou lhe custando 120 dias de suspensão.

Procurada pela reportagem para debater a questão da instabilidade emocional do time, a assessoria de imprensa do Grêmio afirmou que ninguém estava disponível para falar sobre a confusão ocorrida na Arena da Baixada. Os telefones celulares da maioria dos dirigentes do clube também estavam desligados. Um pronunciamento oficial deve ser divulgado pelo clube ainda nesta quinta.

 
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