| 16/10/2007 07h30min
Azar de quem estiver na frente. A cada bola parada, um exército vestindo azul, preto e branco toma de assalto a área do time adversário em busca do gol. O Goiás é a vítima mais recente dessa invasão. Projetada no vestiário, a estratégia é ensaiada quase diariamente.
Nos dois gols marcados de cabeça no sábado, sobretudo no de Tuta, quando Pereira ergueu o pé na altura do peito do goleiro Harlei, ficou claro que os jogadores do Grêmio entram na área preparados para os mais variados tipos de confronto físico.
– É um ataque aéreo - admite o zagueiro William – Quem nos marca fica agarrando, tentando impedir a nossa passagem. Nessas horas, temos que fazer mais força do que o normal. É preciso agredir a bola.
Por mais que alguns lances ainda lembrem o rúgbi, William lembra que os choques dentro da área já foram maiores. Hoje, com o acompanhamento cada vez maior dos lances pelas câmeras, não se agarra tanto a camisa do outro time.
A tarefa dos marcadores é ingrata. Além de William, aparecem para tentar a cabeçada o zagueiro Leo, o volante Diego Souza e os atacantes Tuta e Jonas. Por vezes, o grupo conta com o reforço do volante Eduardo Costa. Todos com estatura superior a 1m80cm. E com a vantagem de entrar em velocidade, diferentemente dos defensores, que partem de uma posição estática.
– Em alguns treinos, só fazemos isso. A ordem é atacar a bola – afirma o volante Diego Souza.
O ensaio se intensifica nos dias que antecedem os jogos. São 45 minutos somente de cruzamentos. Tanto William quanto Diego Souza se perdem ao calcular quantas bolas cabeceiam.
A eficiência também se explica pela qualidade dos cruzamentos. Cobradores de estilos diferentes, Tcheco, Bustos e Anderson Pico têm em comum a precisão nos arremates. Os três optam por um chute fechado, muito perto de onde o goleiro está posicionado, o que aumenta o grau de dificuldade dos zagueiros.
– Nossa bola não é simplesmente levantada para a área. Ela é passada – elogia William.
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