Um desentendimento entre clubes e Brigada Militar pode prejudicar muito a segurança nos estádios daqui para frente. Faltam quatro dias para acabar o prazo dado pela Brigada Militar para que os clubes aceitem pagar pelos policiais que trabalham nos estádios da dupla Gre-Nal em dias de jogos. Inter e Grêmio não admitem pagar pelo serviço.

A Brigada militar já comunicou ao Inter que irá mandar apenas 40 homens para fazer a segurança dos torcedores na partida entre Inter x São Paulo, domingo, às 16h, no Beira-Rio. O presidente Vitorio Piffero respondeu dizendo que, se isto acontecer, a torcida adversária não terá acesso ao estádio colorado.

Segundo o Coronel Nilson Bueno, a dupla Gre-Nal está descumprindo um acordo firmado em 2003 pelos dirigentes da época.

– Em 2003 foi assinado um ajustamento entre os clubes a Brigada Militar. O estádio é uma área privada, e a Brigada Militar não tem responsabilidade de fazer segurança em área privada. O Secretário da Justiça deu um prazo de 30 dias e este prazo está se esgotando – disse o coronel.

A diretoria do Inter se defende dizendo que ninguém do clube assinou este documento. Segundo o vice-presidente de administração do Colorado, Décio Hartmann, o clube gaúcho cumpriu com todas as exigências do Estatuto do Torcedor. Portanto, não tem obrigação de pagar nada à Brigada.

– o Inter não assinou este termo de ajustamento, então não tem compromisso de pagar nada. Nós temos três acordos judiciais dizendo que a cobrança desta taxa é indevida. Havendo uma decisão judicial a nosso favor, não temos motivos para pagar – explicou Décio Hartmann.

Uma reunião às 17h desta quarta-feira, em local a ser definido, entre dirigentes da dupla Gre-Nal, Brigada Militar e Federação Gaúcha tentará dar fim a impasse.

Francisco Noveletto, presidente da Federação Gaúcha de Futebol, espera que tudo seja definido o mais rápido possível:

– Vamos tentar lavar a roupa suja em casa. Isto fica ruim sair na mídia nacional. O presidente do Inter já avisou que se prevalecer o que eestá sendo dito, a torcida do São Paulo será proibida de entrar no Beira-Rio. Isto vai ficar muito ruim para a imagem do Inter – disse Noveletto.

Além dos 40 policiais militares que irão trabalhar na partida de domingo, o Inter promete pagar mais 240 seguranças particulares para que os torcedores possam se sentir seguros dentro do Beira-Rio.