Em entrevista ao programa Gaúcha Repórter, na tarde desta terça-feira, o secretário estadual de Segurança, José Francisco Mallmann, defendeu a legalidade em relação à liminar obtida por Grêmio e Inter para o não pagamento da taxa de segurança, mas defendeu o cumprimento do termo de ajustamento assinado pela Federação Gaúcha de Futebol, os clubes e o Governo do Estado, que estipula a proporcionalidade da presença da Brigada Militar nos estádios.  

– Essa lei de 1986 estabeleceu uma taxa de pagamento e os clubes da capital ingressaram com liminares e não estão pagando. Está certo, tem que cumprir a lei. Agora, a gente tem que fazer valer um termo de ajustamento assinado em 2003, assinado por todas as partes, onde ficou muito claro que deveria ser estipulado um percentual para segurança privada. A cada mil torcedores, haverá um militar para coordenar a segurança – assinalou Mallmann.

Sobre as críticas dirigidas à área de segurança do estado de que haverá um brigadiano para cada mil torcedores presentes a um evento esportivo, José Francisco Mallmann disse que o texto do termo de ajustamento foi mal-interpretado.

– É irresponsável colocar que nós vamos colocar um brigadiano para cuidar de mil torcedores. Estamos falando de um militar coordenando a ação de seis seguranças privados – esclareceu citando a resolução de  21 de novembro de 2003.

Segundo o secretário, a segurança privada contratada pelos clubes vai atuar com os devidos equipamentos, inclusive arma de fogo, se for o caso, uma vez que esses profissionais e as empresas de segurança terão de passar por um curso reconhecido pela Polícia Federal:

– A segurança privada é composta por pessoas fardadas e que farão cursos junto à Polícia Federal. Nesse caso, ele vai portar armas, já que terá cursos de qualificação. 

Mallmann alertou que uma única empresa no RS teria condições de oferecer o curso de segurança nos estádios dentro dos padrões exigidos pela PF.

– Mas a gente não pode perder de vista que o texto (do termo de ajustamento) deixa claro que a coordenação da segurança fica por conta da Brigada Militar – relembrou.

O secretário Mallmann finalizou dizendo que até o Gre-Nal, marcado para o dia 24 de setembro, no Estádio Olímpico, haverá uma nova reunião (marcada para a próxima segunda-feira) e que acredita numa solução para o impasse.

– Nós vamos sentar à mesa, discutir esse assunto. A Brigada Militar tem hoje 11 mil homens, tem dificuldades de atender à população. Eu recebo toda a semana romarias de prefeitos pedindo o envio de soldados. Hoje estamos fazendo uma reestruturação da tropa e contratando policiais – garantiu.