Há exatos 13 anos uma lenda do automobilismo deixou as pistas. Prematuramente, aos 34 anos, Ayrton Senna foi traído por uma falha mecânica no GP de San Marino na curva Tamburello – que em virtude do acidente fatal foi transformada em uma chicane. Uma solda na barra de direção de sua Williams número 2 se partiu na sétima volta, levando o carro a um violento impacto contra o muro de proteção na sétima volta.

Para a conveniência da organização da prova, oficialmente o óbito do tricampeão de Fórmula-1 veio a ocorrer no Hospital Maggiore, de Bolonha, após o encerramento da corrida. No entanto, a súmula da FIA informava algo diferente, como observou o jornalista Lemyr Martins em seu livro " Uma Estrela chamada Senna":

– Ayrton Senna, Brasil, Williams-Renault, morreu na sétima volta. A corrida foi interrompida e teve nova largada para 51 voltas – dizia uma nota de rodapé do do documento oficial daquela fatídica edição do GP de San Marino, o qual também vitimou o austríaco Roland Ratzemberger no sábado, durante o treino para definir o grid de largada.

Apenas na metade de abril deste ano é que foi ter fim o processo por homicídio culposo. A Suprema Corte Italiana responsabilizou o então diretor-técnico da equipe, o inglês Patrick Head, pelo acidente. A sentença cita que a modificação mal projetada e executada na barra de direção foi o que levou o carro a se chocar no muro da Tamburello. O tribunal ainda considerou de omisso o comportamento de Head, que poderia ter evitado o caso. Mas Head não será penalizado. O caso prescreveu por ter mais de 10 anos.

Desde a estréia, no GP do Brasil de 1984, em Jacarépaguá, no Rio de Janeiro, até seu último grande prêmio, foram 163 provas nas quais esteve presente. Não largou em apenas duas – San Marino e Itália, ambas em 1984. Pilotou pela Toleman, Lotus McLaren e Williams. Venceu 41 Grandes Prêmios. Rivalizou com Piquet, Prost, Mansell e com um alemão que despontava no início da década de 90: Michael Schumacher. Esteve presente em 80 pódios, largou 65 vezes na pole position e somou 614 pontos durante os 10 anos na principal categoria do automobilismo mundial.