O ministro das Relações Exteriores de Israel, Shimon Peres, disse em uma entrevista publicada na sexta-feira, dia 18, que a legitimidade do presidente palestino, Yasser Arafat, não estava em questão e que seria um erro tirá-lo do poder.

– É a credibilidade dele que está em jogo, especialmente com respeito a sua capacidade de realizar reformas e a suas intenções de investir contra o terrorismo. Mas a legitimidade dele não está em dúvida. Mesmo Colin Powell (secretário de Estado dos EUA) reconhece-o como líder do povo palestino –afirmou Peres à revista belga Le Vif/L'Express.

Principal pacifista do governo israelense, o chanceler parece isolado dentro do gabinete liderado pelo primeiro-ministro Ariel Sharon, um representante da facção linha-dura. Peres foi um dos arquitetos dos acordos de paz provisórios firmados com os palestinos e que foram quase abandonados depois da crise iniciada com o levante palestino contra a ocupação israelense, há mais de dois anos. Sharon, que chamou os atuais líderes palestinos de uma "gangue de assassinos'', deseja a substituição de Arafat.

O presidente palestino não deu sinais de que renunciará e deve tentar se reeleger em um pleito em janeiro próximo. No entanto, sob pressão interna e dos EUA para implementar reformas, Arafat deve anunciar em breve um novo gabinete de governo. O líder palestino adiou a nomeação de novos ministros, que devem ficar em seus cargos até as eleições presidenciais e legislativas do próximo ano, devido a um cerco de Israel aos escritórios dele em Ramallah, Cisjordânia, aos quais se encontra agora confinado. Peres disse estar entre os que, dentro do governo israelense, opuseram-se à exigência da saída de Arafat do poder. As informações são da agência Reuters.