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 | 09/03/2007 16h31min

Lula e Bush discursam e prometem cooperação em negociações

Norte-americano disse que seu país é generoso e vai investir na América Latina

Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e dos Estados Unidos, George W. Bush, discursaram na tarde desta sexta-feira no Hotel Hilton, em São Paulo, onde Bush está hospedado. Ambos saudaram o acordo para biocombustíveis assinado durante a manhã e reafirmaram cooperação em negociações mundiais, como a Rodada de Doha.

Bush afirmou durante sua manifestação que Doha é uma oportunidade de todo o mundo se unir e erradicar a pobreza. Segundo ele, a participação do Brasil e dos EUA nas negociações comerciais da Organização Mundial do Comércio reforça a liderança dos dois países.

– Vamos tentar chegar a um acordo o melhor possível – destacou.

O americano disse que dinheiro não é a única questão a ser discutida em Doha, mas "ajuda a melhorar a vida das pessoas", motivo pelo qual os Estados Unidos vão investir na América Latina. O presidente ainda fez questão de ressaltar que seu país é generoso e tem compaixão.

Lula, por sua vez, disse que os países precisam trabalhar juntos para construir modelos de desenvolvimento, que darão resultado a médio prazo. Segundo ele, essa é a grande forma de ajuda que os países mais ricos podem dar aos países mais pobres. Só ajuda com dinheiro não é suficiente.

Brasil quer fim dos subsídios americanos

Em meio ao clima de cordialidade, o presidente brasileiro aproveitou e deu um resumo do que quer dos Estados Unidos: que eles reduzam os subsídios que praticam no mercado interno.

– O Brasil espera que o mercado de etanol se beneficie de um comércio desimpedido e livre de protecionismo.

Atualmente o etanol norte-americano, produzido a partir do milho, custa 50% mais que o brasileiro, que tem como base a cana-de-açúcar. As barreiras comerciais norte-americanas, no entanto, tornam o etanol local mais barato. Nesta quinta, durante pronunciamento sobre o etanol, Lula chegou a classificar os subsídios norte-americanos de "nefastos ao livre comércio".

– Precisamos eliminar os desequílibrios que ainda constrangem o comércio mundial e agravam as assimetrias que marcam o mundo de hoje – completou nesta sexta, ao lado do líder americano.

Entretanto, Lula disse que não é fácil fazer acordos entre nações, e todos os interesses em jogo dependem de muita conversa e negociação. Em resposta ao apelo do governante brasileiro Bush disse que não vai reduzir as taxas sobre o etanol brasileiro pelo menos até 2009.

Troca de elogios

O encontro foi marcado pela troca de elogios e gentileza entre os governantes. Lula saudou "mais um passo do aprofundamento entre nossos governos e nossos países":

– O diálogo começou antes mesmo de eu tomar posse. Lembro que o presidente Bush me recebeu em dezembro de 2002, na Casa Branca. Desde lá, nos encontros e telefonemas, nossa relação foi marcada pela franqueza, respeito mútuo e espírito construtivo. Recordo o entusiasmo com que Bush conheceu em 2005 a história de sucesso brasileira na produção de biodiesel.

Bush, por sua vez, parabenizou Lula pela vitória nas urnas, porque não havia estado no Brasil desde as eleições, e se disse feliz porque "um grande amigo havia vencido".

– O presidente desse país é ouvido, é respeitado. Ele é um exemplo.

Bush reconhece que EUA precisam estar mais abertos

O presidente brasileiro mostrou entusiasmo ao falar sobre a cooperação entre os dois países.

– Esse é um campo em que os dois países podem cooperar, e o acordo assinado hoje é um grande passo para isso. Brasil e Estados Unidos podem levar o biocombustível a todos. Reiteirei ao presidente Bush minha disposição de participar em qualquer lugar do mundo de um encontro de líderes, se isso nos permitir chegar a um acordo histórico.

Bush considerou sua visita muito construtiva e agradeceu a liderança brasileira no assunto dos combustíveis alternativos. O presidente americano reconheceu que seu país precisa estar mais aberto, e revelou que já conversou com a secretária de Estado, Condolleezza Rice, sobre isso.

– O Brasil é um líder muito forte e tem condição de manter a estabilidade. O senhor fez a escolha certa. Se nós podemos trabalhar juntos na OMC, todos podem trabalhar juntos. É importante para todos. Divido com o senhor o otimismo em relação a isso. Desejo que meu país produza 20% mais (combustíveis alternativos).

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