Em uma eleição disputada, com resultado incerto até praticamente o final da apuração, o chanceler da Alemanha, Gerhard Schröeder (foto), do Partido Social-Democrata (SPD, centro-esquerda) conquistou neste domingo, 22 de setembro, um segundo mandato.

Segundo as projeções do canal de televisão ARD, feitas com 99% dos votos apurados, o SPD e seus aliados Verdes ganharam 305 cadeiras no novo Bundestag (Câmara baixa do parlamento), em comparação com 294 dos partidos rivais liderados pelo governador da Baviera, Edmund Stoiber (aliança CDU-CSU, centro-direita). A eleição para chanceler (equivalente a primeiro-ministro) não é direta na Alemanha – vence quem tiver o maior número de deputados no Bundestag.

Mesmo com os prognósticos favoráveis – pesquisas de boca-de-urna e os primeiros resultados oficiais apontavam para um triunfo apertado do Schröeder –, o clima não era de festa no comitê central do SPD, em Berlim, até as 23h (18h em Brasília).

A multidão de correligionários que ocupava os cinco andares do edifício afogava a apreensão em garrafas de cerveja Berliner, a mais típica da capital alemã. O chanceler, que no final da tarde aparecera por quatro vezes no saguão para falar à imprensa e aos partidários, parecia evitar um novo pronunciamento até a divulgação de resultados oficiais.

Stoiber não teve a mesma precaução. Às 18h30min, quando as projeções indicavam uma pequena preferência em favor da CDU-CSU, ele já proclamava a própria vitória, não confirmada, mais tarde, pela apuração:

– Essa noite nos dá uma certeza: a de que nós vencemos.

Por volta da meia-noite, em novo pronunciamento, o governador da Baviera já não falava como chanceler, mas continuava comemorando os resultados. Mais tarde, teve de reconhecer a derrota.