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 | 18/12/2006 15h12min

Uruguai retira militares que protegiam obra da Botnia

País e Argentina mantêm conflito devido à instalação de fábricas de celulose

A ministra da Defesa uruguaia, Azucena Berruti, confirmou hoje que seu governo decidiu retirar a guarda militar do perímetro da fábrica de celulose que a empresa finlandesa Botnia constrói na margem do rio Uruguai a pedido da companhia.

– Um porta-voz me ligou e me disse que, na opinião da empresa, as condições de tensão, de preocupação e de insegurança tinham diminuído muito e que isso determinava a necessidade de uma revisão da decisão de ter uma guarda militar no prédio – disse Berruti.

Os 60 militares deixaram a região à meia-noite de sábado. A presença de militares na fábrica da Botnia tinha sido duramente criticada pela Argentina e o presidente Néstor Kirchner disse que seu país não merecia "semelhante afronta".

O governo de Tabaré Vázquez decidiu, no início de dezembro, instalar uma área de controle militar ao redor da fábrica da Botnia para evitar qualquer tipo de atentado à obra, dado o nível de tensão que a construção gerou.

A Argentina e o Uruguai mantêm há dois anos um conflito devido à instalação de uma fábrica da empresa finlandesa Botnia na margem do rio Uruguai, limite natural entre os dois países, e que Buenos Aires rejeita por considerá-la poluente.

Grupos de cidadãos argentinos que se opõem à construção da fábrica bloqueiam freqüentemente a ponte que une a cidade uruguaia de Fray Bentos com a argentina de Gualeguaychú.

Berruti explicou que a decisão da empresa foi aceita pelo ministério e ressaltou que a manutenção dos militares na obra geraria grandes custos à instituição. No entanto, Berruti deixou claro que, se a empresa precisar, o ministério está pronto e disposto a enviar tropas.

O Uruguai apresenta hoje à Corte Internacional de Justiça (CIJ) de Haia um pedido de ação cautelar para obrigar a Argentina a garantir a livre circulação entre os dois países. O Tribunal Arbitral do Mercosul já julgou o tema dos bloqueios da ponte e ditou que estes eram ilegais e violavam o direito à livre circulação de bens e serviços na região.

Paralelamente, o tribunal de Haia analisa uma ação segundo a qual Montevidéu violou o Tratado do Rio Uruguai, que rege a gestão compartilhada do recurso natural, ao aprovar unilateralmente a instalação da Botnia.

A espanhola Ence, que pretendia construir uma fábrica na mesma região que a da Botnia, anunciou na semana passada que sua central ficará a 200 quilômetros da empresa finlandesa, na margem do rio da Prata, a 40 quilômetros do litoral argentino.

 
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