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 | 23/11/2006 22h15min

Controladores confirmam zona cega em espaço aéreo

Operadores que trabalhavam no dia do acidente com vôo 1907 já foram ouvidos

Durou cerca de oito horas o depoimento dos três últimos controladores de vôo que trabalhavam na torre de Brasília no momento em que ocorreu o acidente entre o Boeing da Gol e o jato Legacy, no último dia 29 de setembro, causando a morte de 154 pessoas. Eles confirmaram à Polícia Federal que na região em que ocorreu a colisão (entre o Mato Grosso e o sul do Pará) existe uma zona cega na qual o contato entre os aviões – tanto por radar quanto por freqüência – se perde.

Ontem, o advogado Normando Augusto, que defende os operadores de vôo, já havia afirmado que é unanimidade entre os controladores que estão sendo ouvidos de que existe uma área de difícil comunicação.

Os advogados contratados pela Associação Brasileira dos Controladores de Tráfego Aéreo (ABCTA) para a defesa dos funcionários que estavam de plantão durante o acidente reafirmaram que eles não tiveram qualquer responsabilidade. Segundo eles, os controladores atuaram de maneira padrão e só tomaram conhecimento do choque entre os dois aviões pelo noticiário.

Nesta quinta, os controladores disseram à PF que é freqüente a perda de comunicação com os aviões que trafegam naquela área. Augusto afirmou que a extensão dessa zona cega pode chegar a 200 milhas (cerca de 320 quilômetros).

O advogado negou ainda que o controlador que monitorava o Legacy na hora do acidente estava sem supervisor. O que ele diz, é que o supervisor-geral se ausentou e o supervisor do controlador desses vôos assumiu a supervisão-geral, sem deixar, no entanto, de monitorar seu supervisionado.

Segundo Augusto, esse procedimento é rotineiro. Os advogados ressaltaram, no entanto, que o controlador tem total autonomia no seu trabalho.

O advogado Fábio Tomás, que também acompanha os controladores, afirmou que, com a perda do contato com a torre e com o problema no transponder do Legacy (que estaria desligado), caberia aos pilotos do jato terem acionado o código internacional de emergência para chamar a atenção do centro de Manaus, o que não teria sido feito. Os advogados reafirmaram que os controladores não tinham conhecimento que os dois aviões estavam em rota de colisão porque acreditavam que o Legacy estava cumprindo o plano de vôo e voando a 36 mil pés.

Eles foram os últimos dos 13 controladores que foram ouvidos pelo delegado Rubens Maleiner, da Coordenação de Aviação Operacional da Polícia Federal. Na segunda, o delegado ouviu quatro controladores, três deles de São José dos Campos e um de Brasíla; na terça, foram mais três de Brasília; e na quarta, outros três também da capital.

AGÊNCIA O GLOBO
 
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