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 | 03/11/2006 13h03min

Uruguai pede a Brasil que discuta crise com Argentina no Mercosul

Instalação de fábricas de celulose na fronteira dos dois países é motivo de crise

O chanceler do Uruguai, Reinaldo Gargano, pediu ao Brasil que a polêmica com a Argentina devido à instalação de fábricas de celulose na fronteira dos dois países seja tratada na próxima reunião de ministros do Mercosul, que antecede a cúpula do bloco.

Em entrevista publicada hoje pelo jornal Clarín, de Buenos Aires, Gargano disse que o presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, não pediu uma "mediação" a Luiz Inácio Lula da Silva, mas sim que o assunto "volte a ser debatido" no Mercosul, presidido este semestre pelo Brasil.

– Pessoalmente, eu pedi ao chanceler brasileiro, Celso Amorim, tanto por carta como verbalmente, que o assunto seja colocado na agenda da próxima reunião do Conselho do Mercosul. Ele nos respondeu dizendo que iria consultar os outros membros – afirmou.

Segundo a agenda provisória do bloco, a reunião do conselho (chanceleres e ministros da Economia) será realizada em 14 de dezembro, em Brasília, um dia antes da cúpula.

Argentina e Uruguai estão em conflito diplomático há meses devido à instalação de duas fábricas de celulose, uma da finlandesa Botnia e outra da espanhola Ence, em território uruguaio, na margem do rio que divide os dois países. Os argentinos consideram os projetos poluentes.

O governo argentino de Néstor Kirchner processou o Uruguai na Corte Internacional de Justiça de Haia por entender que seu vizinho violou um tratado bilateral que regulamenta a administração compartilhada do rio Uruguai. O chanceler argentino, Jorge Taiana, enviou na quarta uma carta a Gargano na qual acusou o Uruguai de agravar ainda mais a já tensa relação bilateral, ao estender uma autorização sem consultar a Argentina para que a Botnia extraia grandes volumes de água do rio.

– A nota afirma que há um decreto do Ministério de Transporte e Obras Públicas do Uruguai que autoriza a Botnia a usar água do rio Uruguai e considera que isso foi feito à margem da Comissão Administrativa do Rio Uruguai. Para mim, parece muito raro que (a parte uruguaia da Comissão) tenha errado (ao não informar) – disse.

O chanceler uruguaio disse que não acredita que isto agravará o conflito, pois "a fábrica não está em funcionamento e a extração de água deve ser feita como um mecanismo de teste de como tirar água para que ela chegue à fábrica".

– Para mim, em política tem que haver bom senso – acrescentou.

Gargano considerou que ainda não é o momento para uma nova reunião entre Vázquez e Kirchner, que hoje estarão em Montevidéu para a Cúpula Ibero-Americana.

– É melhor que os chanceleres preparem mais o que os presidentes devem falar – afirmou, reiterando que é preciso acertar alguns detalhes antes de retomar o diálogo.

O chanceler uruguaio disse que o governo argentino deveria "convencer" os moradores da cidade argentina de Gualeguaychú, que lideram os protestos contra as fábricas de celulose, para não bloquearem as passagens fronteiriças rumo ao Uruguai.

– Meu país está disposto a continuar dialogando e monitorar de forma conjunta. O que não será entregue é a soberania nacional. Ou seja, a fábrica que está sendo construída – assegurou Gargano.

AGÊNCIA EFE
 
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