O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou hoje uma redução de 0,5 ponto percentual na taxa de juros básica do país. Com isso, a taxa Selic passa de 14,25% para 13,75% ao ano, decisão que foi de acordo com as expectativas do mercado. A taxa está em queda desde setembro do ano passado, quando estava em 19,75% ao ano e já atingiu o menor valor desde a criação do Copom, em 1996. A decisão foi unânime e a reunião demorou pouco mais de duas horas, uma das mais curtas dos últimos meses.

Essa é a penúltima reunião do ano e a última antes das eleições presidenciais. O próximo encontro será realizado nos dias 28 e 29 de novembro. Para o fim do ano, segundo pesquisa do BC, o mercado espera que a taxa fique em 13,50% ao ano.

As apostas na queda da Selic se devem ao fato de a inflação estar sob controle, ao mesmo tempo em que a economia dá sinais de fraco crescimento. Os índices de inflação mostram que a meta de 4,5% será cumprida com folga neste ano e deve ficar em 3%. Já a projeção para o crescimento do PIB é de 3%, abaixo dos 4% previstos por parte do governo. Também contribuem para o corte da taxa a calmaria no mercado financeiro nacional e internacional.

A Selic, atualmente, está em seu menor patamar histórico, mas ainda é considerada bastante elevada por especialistas. Segundo o diretor executivo da corretora NGO, Sidnei Moura Nehme, com a queda da Selic para 13,75% e com a projeção do mercado de inflação para os próximos 12 meses de 4,08%, a taxa de juro real do Brasil ainda resulta em 9,29% – superior à da Turquia (6,2%); China (4,8%), Israel (4,3%) e Canadá (2,9%).