O delegado da Polícia Federal Flávio Zampronha chegou nesta terça-feira a Cuiabá, onde se reúne com o delegado Diógenes Curado Filho e o procurador Mário Lúcio Avelar, responsáveis pela investigação sobre o dossiê contra o tucano José Serra. Zampronha não concedeu entrevista, mas disse que estava com informações sobre todas as quebras de sigilo feitas durante as investigações.

Entre os documentos estão as informações do banco Sofisa, que trouxe para o Brasil parte dos dólares supostamente usados para a compra do dossiê, e de 26 corretoras e casas de câmbio por onde o dinheiro também teria passado. O delegado Diógenes Curado Filho já pediu para que essas corretoras e casas de câmbio informem quantos dólares compraram do Sofisa, para quem eles venderam o dinheiro, e se ainda há dólares guardados.

A expectativa é que Zampronha possa revelar a origem de US$ 109 mil apreendidos com petistas que seriam usados supostamente para comprar o dossiê. O agente da PF chegou acompanhado do delegado Emanoel Henrique Baldúnio. Os investigadores suspeitam que outra parte do R$ 1,7 milhão apreendido pode ser proveniente de bancas de jogo do bicho.

Nesta terça-feira o presidente da CPI das Sanguessugas, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), informou que uma nova delegação de parlamentares deve ir a Cuiabá (MT) na próxima semana para buscar cópia dos documentos relacionados aos inquéritos sobre a compra do dossiê e a relação do empresário Abel Pereira com a máfia das ambulâncias. Abel seria intermediário para a liberação de recursos junto a Barjas Negri, que sucedeu José Serra no cargo de ministro da Saúde.

A reunião da CPI que aconteceria nesta terça foi cancelada por falta de quórum. Biscaia pretende convocar nova reunião para a próxima quarta-feira, mas a convocação dependerá de haver ou não esforço concentrado no Congresso nesse período.

AGÊNCIA O GLOBO