Em e-mail enviado à redação do Globo, o fotógrafo Adriano Machado, cujo pai estava no vôo 1907 da Gol, reclama do atendimento dado aos familiares das vítimas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Segundo ele, somente depois do "grito de desespero" dos familiares e auxiliados pela imprensa, a Anac resolveu atendê-los, "ainda assim, passando informações vagas". Foram feitos inúmeros questionamentos pelos familiares das vítimas e as respostas obtidas da Anac foram "demasiadamente evasivas", segundo Machado.

– Queremos esclarecer a angústia que nós, parentes dos passageiros do Vôo 1907, da Gol, passamos pela falta de informações concretas dos órgãos competentes e responsáveis pela aviação aérea de passageiros no Brasil, à exceção da Gol-Linhas Aéreas, que até o presente momento mostra-se solidária com nossa família. Ressaltamos ainda que poderia ter sido solicitado um número muito maior de profissionais capacitados para agir na resgate das vítimas, face à quantidade de passageiros no interior da aeronave. A angústia da demora do resgate e do passar do tempo, fez-nos perder qualquer esperança de vida de nossos entes queridos. As famílias tiveram até que se organizar por si sós e dirigirem-se até o aeroporto, com transporte cedido pela Gol (vans), para que pudessem obter informações da Anac (que estava fechada com a imprensa e negava atendimento aos familiares das vítimas). Somente após o "grito de desespero", com o conclame dos familiares e auxiliados pela imprensa, a Anac resolveu nos atender, ainda assim, passando informações vagas. Foram feitos inúmeros questionamentos pelos familiares das vítimas e as respostas obtidas da Anac foram demasiadamente evasivas  – diz Adriano Machado.

O fotógrafo, que ontem protestou no aeroporto de Brasília contra o comportamento dos órgãos do governo no episódio, diz que somente a partir do protesto dos familiares as informações começaram a ser transmitidas para todos.