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 | 29/08/2006 18h30min

FH chama eleitores a atear fogo à campanha

Tom do discurso do PSDB foi alterado em almoço com apoiadores

O almoço de adesão de empresários, artistas e esportistas à candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência, no Jockey Clube de São Paulo, foi palco de uma alteração no tom do discurso tucano. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o próprio candidato Alckmin atacaram com firmeza o tema da corrupção, chamando os eleitores para expulsar vendilhões e atear fogo à campanha.

FH disse em discurso que a candidatura tucana precisa liquidar a diferença nas pesquisas de opinião pública em relação a Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele incitou o público que se dizia indignado com as denúncias de corrupção do governo a botar fogo no palheiro numa tentativa de reverter a baixa popularidade de Alckmin nas sondagens.

– O povo também está indignado e precisamos despertar essa indignação. É fogo no palheiro. É isso que nós precisamos. Muitas vezes me tolho por já ter sido presidente e por não estar em funções públicas diretas. Me tolho de dizer as palavras que precisam ser ditas: ladrão é na cadeia – disse Fernando Henrique, criticando ainda os que tentam transferir ao sistema político as irregularidades cometidas na administração pública.

Reclamando da falta de decência na política, o ex-presidente disse que Alckmin é uma pessoa que não precisa não ter caráter para chegar perto do povo. FH encerrou o discurso novamente exaltando os convidados a trabalhar pela recuperação de Alckmin nas pesquisas.

– Vamos pegar fogo no Brasil, no bom sentido. Vamos liquidar essa diferença, vamos expor a nossa indignação por tanta porcaria que está no país – afirmou.

Fernando Henrique disse também que as denúncias de corrupção no governo empurraram o Brasil para o ponto mais baixo da história. Disse ainda que o Congresso foi criminoso ao absolver mensaleiros, que lugar de ladrão é na cadeia e que não concorda com a declaração de Lula de que, neste momento, todos na política são iguais.

– Iguais, não. Eu não sou igual a ele. Eu não sou igual a ele. Eu não sou igual a ele. Eu queria ter sido igual a ele quando ele foi líder operário e eu o acompanhei na greve no tempo da ditadura. Eu queria ter sido igual a ele naquele tempo, mas ele mudou e agora prega e faz tudo o que sempre combateu – disse Fernando Henrique.

Para Fernando Henrique, não adianta culpar o sistema pela falta de moral na política. Ele afirmou que moral é a conduta pessoal e individual, disparando ataques à conduta de Lula sobre irregularidades cometidas por pessoas ligadas ao primeiro escalão do governo.

– Quando há desvio ou alguma coisa equivocada, ele passa a mão na cabeça e diz que o companheiro errou. Se ele errou porque não puniu o companheiro? Isso precisa ser dito e cobrado – disse ele.

Na sua fala, Alckmin também abandonou as palavras moderadas e atacou a conduta de Lula com políticos envolvidos em escândalos de corrupção. O tucano partiu para o ataque depois de dizer que o presidente chama "quadrilheiro" de irmão, ao mesmo tempo em que é violento com um caseiro nordestino, "pobre e fraco", referindo-se a Francenildo Costa, que teve informações bancárias repassadas à Polícia Federal por movimentações supostamente suspeitas, resultando no afastamento do então ministro Palocci do cargo.

O almoço reuniu 528 pessoas. Cada participante pagou R$ 1 mil. Estiveram presentes, além de FH e Alckmin, o governador Cláudio Lembo, o prefeito Gilberto Kassab, e o presidente nacional do PPS, Roberto Freire.

AGÊNCIA O GLOBO

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