O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, exigiu hoje do governo de Israel que investigue o "ataque aparentemente deliberado" das forças do Estado judeu contra uma base dos chamados capacetes azuis (soldados das Nações Unidas), no sul do Líbano, que deixou dois mortos e dois oficiais desaparecidos.

”Faço uma convocação ao governo de Israel para que desenvolva uma investigação sobre este incidente perturbador, e exijo que interrompa qualquer outro ataque dirigido a bases e a oficiais da ONU", afirmou Annan em comunicado.

O secretário-geral recriminou a ofensiva aérea combinada contra um posto da ONU "claramente delimitado e estabelecido", depois das garantias pessoais dadas pelo primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, de que não atacaria bases da missão da organização. Annan esclareceu que a ONU não revelou o nome e a nacionalidade das vítimas por aguardar notificação a suas famílias, a quem expressou suas mais profundas condolências.

Este não foi o primeiro ataque israelense hoje perto das bases das forças da ONU no sul do Líbano, já que houve 14 incidentes com disparos apenas à tarde, segundo informou o escritório do porta-voz. A ofensiva aérea israelense contra a Força Interina das Nações Unidas no sul do Líbano (Unifil) ocorre em um momento em que o Conselho de Segurança da ONU está avaliando o futuro da missão, que conta atualmente com dois mil oficiais militares.

A Unifil, criada em 1978, denunciou que não conseguiu realizar suas tarefas de supervisão do cessar-fogo desde que começaram os confrontos entre o Exército de Israel e a milícia xiita Hisbolá. O secretário-geral da ONU defendeu a substituição do operacional por uma força multinacional, com ou sem bandeira das Nações Unidas, no sul do Líbano, ao longo da fronteira com Israel.

AGÊNCIA EFE