| 19/07/2006 21h10min
Foram quase dois meses de espera desde a derrota em Quito. Mas valeu a pena. A mobilização da torcida colorada foi recompensada pela atuação do time em campo, que culminou na vitória por 2 a 0 sobre a Liga Deportiva Universitária (LDU) na noite desta quarta, e na classificação às semifinais da Libertadores. Rafael Sobis, aos seis minutos do segundo tempo, e Rentería, já aos 42, incendiaram o Beira-Rio.
Forte marcação, retranca e disputas de bola no meio-campo resumem o primeiro tempo da partida. Preocupado em não levar gol em casa, o que complicaria a situação, o time de Abel Braga foi muito eficiente no trabalho defensivo, com grande destaque para Bolívar e Fabiano Eller. O último, no entanto, assustou com seus carrinhos – um deles, causa de um cartão amarelo.
Mas se o Inter cumpriu o objetivo de não levar gol na primeira etapa, por outro lado, também não fez. O ataque esteve tímido e arrematou somente quatro vezes, embora toda a vontade demonstrada com os avanços pelas laterais – com Tinga e Granja pela direita, Jorge Wagner, pela esquerda, e Sobis, pelo meio.
Fernandão e Sobis animaram a torcida com chutes perigosos, que tiraram tinta do travessão. Já a LDU não chutou em gol no primeiro tempo.
O colorado voltou mais ofensivo para a segunda etapa. Já aos três minutos, Tinga perdeu uma chance incrível na cara do gol. Ele, que correu durante todo o primeiro tempo, recebeu uma bola na entrada da área, mas, marcado, chutou pra fora. A explosão viria a seguir.
Três minutos depois do ensaio, o gol. Aliás, um belo gol de Sobis. O pequeno se agigantou para cima da marcação, driblou o adversário e tocou na saída de Mora.
A partir daí, só deu Inter. O técnico Abel Braga chegou a levar as mãos na cabeça com as chances perdidas por Sobis, Jorge Wagner, Fabiano Eller.
A primeira investida da LDU ocorreu aos 28 minutos.
Sentindo a coxa, Tinga pediu para sair e deu lugar a Adriano. Aos 37, Rafael Sobis foi substituído por Rentería, o amuleto colorado. Na primeira participação, o colombiano quase marcou ao receber uma bola na pequena área. Mas a consagração se deu aos 42, quando recebeu a bola e tocou encobrindo o goleiro Mora, que estava adiantado. Foi o quarto gol dele na Libertadores.
A torcida ainda comemorava, quando o árbitro Jorge Larrionda – cuja atuação foi impecável – marcou um toque de mão de Elder Granja, milímetros à frente da área. Apreensão no Beira-Rio.
Depois de muita confusão, a barreira estava formada. Candelario ajeitou a bola. Clemer, solitário sob o travessão, preparava-se para o lance que poderia mudar a história. Afinal, se a LDU descontasse, a vaga seria decidida nos pênaltis. Mas, se Rentería deixou sua marca, Clemer também marcou presença.
A bola ultrapassou a barreira em direção ao canto esquerdo da meta e encontrou o goleiro colorado. Com a ponta da luva, Clemer tocou para escanteio, que nem chegou a ser cobrado. A LDU pressionou. Mas já era tarde. O apito final do melhor árbitro da Copa do Mundo fez a nação colorada vibrar com a terceira passagem para uma semifinal da Libertadores – uma dessas, inclusive, com Abel Braga, em 1989.
Agora as atenções se voltam para o Libertad, do Paraguai, que eliminou ninguém menos que o River Plate nesta terça, com uma vitória por 3 a 1 em casa. Antes, porém, mais um pouco de Brasileirão.
Mariane Hahn
mariane.hahn@rbsonline.com
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