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 | 13/06/2006 17h54min

Brasil joga o suficiente e vence na estréia

Kaká marcou o gol da vitória sobre a Croácia

Sem movimentação convincente no ataque, o Brasil se serviu de boa marcação e da qualidade individual de Kaká para vencer a Croácia na estréia na Copa do Mundo, nesta terça, em Berlim. O 1 a 0, assinalado pelo meia aos 43 minutos do primeiro tempo, deixa a equipe de Parreira na segunda colocação do Grupo F, com três pontos. A Austrália, que venceu o Japão por 3 a 1, lidera no saldo de gols e é a próxima adversária dos brasileiros, dia 18, às 13h, em Munique.

O primeiro tempo da Seleção na Copa ficou distante do espetáculo que muitos brasileiros esperavam. Diante de forte marcação croata, o quadrado mágico pouco produziu de efetivo. Adriano e Ronaldo, sempre rodeados de adversários, tiveram participações ínfimas. O primeiro ainda buscou jogo, se movimentou, foi visto arrancando do meio-campo. O segundo, praticamente estático, não lembrou em nada o Ronaldo de 2002. Do meio para frente, quem mais tocou na bola foi Kaká e Ronaldinho, principalmente este último. Organizador tático da equipe de Parreira, desempenhou função parecida com a que exerce no Barcelona, se movimentando com liberdade pelo campo e, por diversas vezes, partindo com a bola dominada do círculo central.

Kaká, por sua vez, marcou o único gol dos 45 minutos iniciais – acabaria sendo o único do jogo. Um golaço, na verdade. Aos 43, Cafu avançou pela direita e encontrou o jogador do Milan no meio. Kaká limpou para a esquerda, venceu dois croatas e bateu colocado, de canhota, no ângulo direito do goleiro Pletikosa. Chute indefensável.

Fora isso, apenas outras duas finalizações corretas: aos 15 minutos, depois de escanteio brasileiro, a bola chegou a Ronaldinho, que bateu consciente, da entrada da área, no canto. Pletikosa salvou os croatas. Na seqüência, o goleiro teve trabalho em chute de Roberto Carlos, que arriscou do meio da rua.

As dificuldades ofensivas não se limitaram aos atacantes brasileiros. Na primeira etapa, os croatas não acertaram uma única vez o gol de Dida. Contrariando as previsões anteriores ao Mundial, o sistema defensivo de Parreira se mostrou sólido. Lúcio, Juan, Emerson e Zé Roberto marcaram inteligentemente antes do intervalo, auxiliados por Cafu e Roberto Carlos, que avançaram pouco. Quando um deles estava fora de posição, sempre aparecia alguém na cobertura, diminuindo espaços dos atacantes adversários.

Na volta dos vestiários, porém, algumas bobeiras quase comprometeram a vitória. Logo aos cinco minutos, Prso recebeu lançamento longo, girou em cima de Lúcio, na meia-lua, e bateu rasteiro. Dida defendeu parcialmente, e o próprio Lúcio colocou para escanteio. Três minutos depois, foi a vez de Klasnic testar o goleiro brasileiro. Dida, no meio do gol, segurou chute de fora da área.

O lance de maior perigo ocorreu aos 23, quando Prso recebeu nas costas de Lúcio, pela esquerda, levou ao fundo e cruzou rasteiro. A zaga, um tanto atrapalhada, conseguiu colocar para escanteio.

Neste momento, Robinho substituiu Ronaldo. O Brasil, efetivamente, passou a ter 11 em campo e conseguiu reter a bola por mais tempo em seu ataque. Aos 28, Adriano perdeu o gol mais feito do jogo. Robinho pedalou pela meia direita, driblou um zagueiro e bateu para o meio da área. Adriano, livre, completou mal, à esquerda do gol de Pletikosa.

Ficou nisso. O que se viu daí em diante foi a experiência dos jogadores brasileiros, refletida em troca de passes e algumas faltas, para administrar o resultado.

JÉFFERSON CURTINOVI
 
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