As vendas reais da indústria catarinense caíram 13,17% em abril em relação ao mês anterior, segundo a pesquisa Indicadores Industriais divulgada hoje pela Federação das Indústrias do Estado (Fiesc). O dado considera o faturamento da indústria, já descontada a inflação.

O levantamento realizado em 200 empresas de Santa Catarina aponta que a redução da rentabilidade das exportações e a menor demanda por produtos têxteis e alimentícios foram os principais fatores responsáveis pela retração.

Os setores mais afetados foram os de mobiliário (-30,38) e madeira (-23,53), que dependem mais das exportações e foram prejudicados pela valorização do real. Em seguida vieram os segmentos de plástico (-17,36), vestuário
(-12,07) e alimentar (-11,7). A gripe aviária e o embargo russo à carne tiveram papel determinante na queda observada no setor alimentício.

Entre os 17 setores que integram a pesquisa, somente um teve aumento das vendas reais no mês de abril, o da indústria editorial e gráfica (3,04%).

As horas trabalhadas em abril também tiveram queda em relação a março, de 9,11%, mas o índice foi influenciado pelos feriados, que reduziram o número de dias úteis. A utilização da capacidade instalada caiu 2,42% e atingiu o índice de 81,87%.

Na comparação com 2005 também há retração. As vendas de janeiro a abril de 2006 diminuíram 7,32% em relação ao mesmo quadrimestre do ano passado.

Para o presidente da Fiesc Alcantaro Corrêa, a retomada consistente e duradoura do crescimento depende de ações governamentais.

– É fundamental a sanção do projeto que reabre o prazo de adesão ao Refis, a liberação de créditos do ICMS das exportações, os investimentos em infra-estrutura e a redução da carga tributária – disse Corrêa.

Essas prioridades serão discutidas na quarta-feira durante a reunião do Fórum Industrial Sul, entre os presidentes das federações dos três estados da região, em Porto Alegre.