O Índice de Desempenho Industrial do Rio Grande do Sul, medido pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), teve queda de 9,19% no primeiro trimestre do ano, em relação a igual período de 2005. Em março, na comparação com o mesmo mês do ano passado, o IDI-RS aumentou 0,25%.

No período de janeiro a março de 2006, todas as variáveis pesquisadas para a composição do IDI-RS foram negativas, se comparadas com o mesmo período de 2005: compras (-16,51%), vendas (-9,36%), pessoal ocupado (-5,45%) e horas trabalhadas (-4,85%).

– O desempenho da indústria do RS no primeiro trimestre do ano mostra que as dificuldades enfrentadas pelo setor desde o início de 2005 permanecem. Entre essas, podemos destacar a valorização do real perante o dólar norte-americano, a queda nas vendas no segmento de máquinas agrícolas e os juros elevados – disse o presidente da Fiergs, Paulo Tigre.

– A indústria gaúcha, em especial as atividades voltadas às exportações, vem sendo fortemente afetada pelo câmbio, cuja valorização provoca redução na competitividade dos produtos, diminui a rentabilidade e desestimula a produção – observou o industrial.

Na análise por setor industrial, os piores desempenhos no primeiro trimestre do ano foram registrados no fumo (-25,08%), no de máquinas agrícolas (-15,69%) e no de calçados (-14,22%). São segmentos direcionados para as exportações. Entre as atividades com desempenho positivo nos três primeiros meses de 2006, estão material eletrônico e de comunicação (9,72%) e produtos têxteis (7,48%).

Este é o sexto trimestre consecutivo que a atividade industrial no Rio Grande do Sul apresenta desempenho negativo. Apesar disso, as perspectivas são de encerrar o ano com um resultado positivo, de 3,5%, já que a comparação será feita com o ano passado, quando a crise que afetou a economia foi muito intensa.

– Essa projeção, no entanto, ainda não será suficiente para que a indústria gaúcha recupere o patamar perdido no ano passado, quando a crise no agronegócio foi muito forte – observou Tigre.