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 | 01/05/2006 14h04min

Evo Morales nacionaliza jazidas de hidrocarbonetos da Bolívia

Petrobras terá que entregar 82% de sua produção em dois campos à estatal

O presidente da Bolívia, Evo Morales, assinou hoje um decreto supremo que nacionaliza e dá ao Estado o controle absoluto de todas as jazidas de hidrocarbonetos. As empresas estrangeiras que operam na Bolívia deverão entregar toda sua produção à Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) e regularizar em menos de 180 dias seus atuais contratos. As principais empresas petrolíferas que operam na Bolívia são a brasileira Petrobras, a espanhola Repsol YPF, as britânicas British Gas e British Petroleum e a francesa Total.

O presidente socialista anunciou o confisco das ações necessárias de várias empresas mistas para que a YPFB tenha mais de 50% de participação, entre elas uma subsidiária da Petrobras Bolívia.

– Acabou o saque de nossos recursos naturais por empresas estrangeiras – disse Morales, após ler o decreto em uma localidade do departamento de Tarija, no sul do país.

Nos últimos dias, fontes oficiais tinham descartado que Morales fosse anunciar hoje a nacionalização. O anúncio sobre a assinatura do decreto ocorreu na mesma hora em que deveria acontecer um discurso de Morales na praça principal de La Paz, em comemoração do Dia do Trabalho, às 12h (13h de Brasília).

Os campos de San Alberto e Sabalo, de onde se exportam 70% do gás boliviano e que são operados pela Petrobras, terão agora que entregar 82% de sua produção à YPFB, o que permitirá gerar US$ 300 milhões adicionais para o Estado boliviano em 2007. Morales acrescentou que todos os campos petrolíferos serão ocupados pelo batalhão de engenheiros das Forças Armadas e funcionários da YPFB.

O presidente da Bolívia pediu aos bolivianos para se mobilizarem frente a "qualquer tentativa de sabotagem de algumas empresas", e disse que serão bem-vindos os trabalhadores das petrolíferas que se juntem "a esta mudança".

– Pedimos às empresas petrolíferas que respeitem a dignidade dos bolivianos, que respeitem esta decisão do povo boliviano. Se não respeitarem, faremos nos respeitar à força, porque se trata de respeitar os interesses de um país – advertiu Morales.

A Bolívia possui reservas de 48,7 trilhões de pés cúbicos de gás, as segundas em importância do continente, depois das da Venezuela, que tem o triplo.

AGÊNCIA EFE
 
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