A VarigLog apresentou nesta segunda-feira proposta de compra da operação da Varig, que abrange os negócios ligados aos vôos da companhia. A empresa pretende investir até US$ 350 milhões para garantir capital de giro e reservas de caixa necessários à continuidade da Varig, além do pagamento de dívidas com empresas de leasing e demais credores.

O programa, segundo informações da VarigLog, também visa a manutenção e recuperação das aeronaves paradas e das que estão em operação, assim como a mudanças no interior dos aviões para dar mais conforto aos passageiros. Em nota, a VarigLog, que foi adquirida pelo fundo americano Matlin Patterson por meio da empresa Volo Brasil por US$ 48,2 milhões, informou que o investimento "proporcionará à companhia a possibilidade de manter 100% de suas contas em dia". A proposta será analisada pelos executivos da Varig, que deverá dar uma resposta nesta terça-feira.

A proposta da VarigLog ocorreu depois de a Varig ter apresentado a alguns de seus principais credores, entre eles BR Distribuidora, Infraero e empresas de leasing, um pedido de alongamento da dívida, alegando que a empresa precisa de um prazo de quatro meses para colocar em prática as determinações aprovadas no plano de recuperação judicial da companhia, como a criação dos fundos de investimentos e participações (FIP) e a escolha dos gestores dos fundos.

De acordo com nota da Varig, o investimento possibilita a recuperação da companhia e a manutenção dos empregos. Segundo o presidente da Varig Marcelo Bottini, a companhia atravessa um período de baixa temporada, onde a venda de passagens cai, aumentando as dificuldades de caixa. Nesta segunda-feira, o fundo de pensão Aerus informou que a empresa não pagou duas parcelas (fevereiro e março) da dívida com o fundo, no valor de R$ 1 bilhão, que foi renegociada.

Nesta segunda-feira, fontes do setor informaram que a companhia teria iniciado cortes que chegariam à redução de 2 mil postos de trabalho. A proposta também inclui a modernização da frota e o pagamento de dívidas em atraso.

AGÊNCIA O GLOBO