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 | 01/03/2006 12h03min

Britânico preso no Paquistão nega relação com atentados em Londres

Muçulmano britânico Zeeshan Siddiqui freqüentou escola de terrorista suicida

O muçulmano britânico Zeeshan Siddiqui, de 25 anos, que passou oito meses preso no Paquistão, negou ter relações com os atentados terroristas de 7 de julho do ano passado em Londres. No ataque, morreram 56 pessoas, entre elas quatro suicidas. Siddiqui falou hoje à Rádio 4, da BBC. Siddiqui foi capturado em Peshawar em 2005 pelas forças da ordem paquistanesas, que o associaram a um dos autores dos atentados, Shehzad Tanweer, e outros membros da organização Al-Qaeda.

Siddiqui viajou ao Paquistão em 2003 para estudar em uma escola religiosa e visitar parentes. Ele voltou a dizer hoje que não conheceu Tanweer, autor do ataque contra a estação de metrô de Aldgate East. Siddiqui acusou o governo paquistanês, que o liberou sem acusações em 12 de janeiro, de tê-lo usado para alardear avanços na luta antiterrorista.

– Quando ocorreram os atentados de 7 de julho, tentaram me relacionar aos autores para promover sua própria imagem, porque queriam dizer ao mundo: "Caçamos o cérebro dos atentados de Londres" – afirmou.

Em sua entrevista à BBC, Siddiqui lembrou que durante a prisão não foi acusado de terrorismo, mas de usar um documento de identidade falso – alegação que depois foi retirada. As autoridades paquistanesas maltrataram e submeteram-no a torturas, denunciou o detido. Siddiqui disse que foi drogado, recebeu injeções de substâncias químicas à força, foi alimentado por um tubo gastrointestinal e ficou amarrado a uma cama por cerca de 11 dias sem poder usar o vaso sanitário.

– Fizeram tantas coisas repugnantes, incluindo abusos sexuais, que não quero nem mencioná-las – disse.

Siddiqui assegurou que membros dos serviços secretos britânicos o interrogaram em numerosas ocasiões e, quando lhes contou que era submetido a tortura, prometeram ajudá-lo. Desde seu retorno ao Reino Unido, o jovem não foi interrogado pelas autoridades britânicas.

Casualmente, Siddiqui freqüentou a escola com Asif Hanif, um britânico que se matou em um atentado suicida em Israel. Hoje, ele ressaltou que de forma alguma poderia saber das intenções do ex-colega.

– Como eu podia saber, seis anos antes, o que passava por sua cabeça e o que se propunha fazer? Quando deixamos o colégio, não voltei a vê-lo.

AGÊNCIA EFE

 
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