O agronegócio foi a principal base das exportações brasileiras para os países árabes no ano passado. Dos US$ 5,2 bilhões faturados pelo Brasil com vendas para a região em 2005, US$ 3,4 bilhões, ou 66%, corresponderam a produtos da agricultura e da pecuária nacional. As exportações do agronegócio para os árabes aumentaram 24,8% em 2005, ante US$ 2,757 bilhões registrados no ano anterior.

O crescimento dos embarques para a região foi superior à média nacional. No total, as vendas externas do setor aumentaram em 11,8% no ano passado. O açúcar foi o principal produto vendido pelo Brasil ao mundo árabe em 2005. O frango foi o segundo e a carne bovina o quarto.

– O agronegócio brasileiro passou a ser um importante fornecedor para os países árabes – diz o presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Antonio Sarkis Jr.

Segundo Sarkis, 27% do frango exportado pelo Brasil tem como destino o mercado árabe. Os consumidores da região também absorvem 34% do açúcar exportado por usinas nacionais e 23% da carne bovina.

– Noventa porcento dos alimentos consumidos pelos árabes são importados – lembra o presidente da Câmara Árabe.

Sarkis prevê crescimento de 20% nas exportações do Brasil para os países árabes em 2006. Parte desse percentual deve ser impulsionada pelo bom desempenho das vendas do agronegócio. Ele lembra que commodities exportadas pelo país para a região, como açúcar e o café, estarão com os preços em crescimento em 2006. O Brasil faturou no ano passado US$ 1,3 bilhão com vendas de açúcar aos árabes, 28% mais do que em 2004. As vendas de café ficaram ao redor de US$ 69 milhões, com alta de 17% sobre o ano anterior.

Os principais destinos dos produtos do agronegócio brasileiro entre os países árabes foram a Arábia Saudita, que importou o equivalente a US$ 805 milhões do setor, 32% a mais do que em 2004; o Egito, cujas compras somaram US$ 507 milhões, um crescimento de 33,6%; e os Emirados Árabes Unidos, para onde as exportações renderam US$ 492,6 milhões, um aumento de 7,8%. A Argélia importou US$ 292,6 milhões, ou 11,9% a mais que em 2004; e o Marrocos comprou US$ 282 milhões, com crescimento de 10,4%.

Os mercados que mais cresceram como destino das mercadorias brasileiras, porém, foram o Sudão, com importações que somaram US$ 33,7 milhões, um aumento de 400%; a Jordânia, que comprou o equivalente a US$ 70 milhões; 90,6% a mais do que em 2004; e o Kuwait, para onde as exportações renderam US$ 173 milhões, um crescimento de quase 65%. As compras do Iêmen renderam US$ 175 milhões, 52,7% a mais do que em 2004; e as do Catar US$ 43,9 milhões, um crescimento de 50,5%.