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 | 14/12/2005 15h17min

Presidente da Fiergs prevê 2006 melhor que 2005

Conjuntura favorável deverá criar boas expectativas para o país e o Estado

O número do ano não veio, nem por isso o pessimismo é a palavra de ordem na indústria gaúcha, como ficou claro em entrevista online concedida hoje pelo presidente da Federação da Indústria do Rio Grande do Sul (Fiergs), Paulo Tigre, ao clicRBS.

Tigre falou na proporção dos fatos financeiros para o setor em 2005, mais sobre os problemas que sobre os resultados:

– Infelizmente, o número mais importante não aconteceu, porque os índices foram predominantemente negativos. Assim, o mais importante e, infelizmente, desfavorável, foi o do PIB (Produto Interno Bruto) gaúcho, que terminará 2005 com variação negativa – afirmou.

A Fiergs estima que o PIB do Estado fechará com queda de 1,6%. Infelicidades à parte, 2006 tem tudo para ser melhor, de acordo com o dirigente. Ele cita a conjuntura favorável, "que cria boas expectativas para o Brasil e o Rio Grande do Sul", para embasar seu otimismo, e defende uma agenda mínima de governabilidade para conduzir o setor a índices positivos no próximo ano.

– A sociedade gaúcha tem que assumir o papel de protagonista do seu futuro – acentua.

• Leia a íntegra da entrevista:

clicRBS: O último balanço do IBGE apontou um recuo na indústria gaúcha de 3,8% no acumulado do ano graças à retração em oito setores. Que setores foram os mais afetados e o que se pretende fazer reabilitá-los?

Paulo Tigre: A economia geral do Rio Grande do Sul vem sendo afetada por uma série de condições, no caso gaúcho, acentuado pela estiagem. Esperamos um ano melhor em 2006, inclusive sem o problema climático. O dólar deverá continuar complicando a vida dos exportadores, assim como a guerra fiscal. Esperamos que algumas das medidas que hoje estão sendo anunciadas pelo governo Estadual ajudem a melhor a competitividade de produtos do RS em relação a outros Estados. Em 2005, todos os setores da economia gaúcha foram atingidos pela crise, entre eles máquinas e equipamentos com impactos na cadeia toda, metalurgia, borracha, material elétrico e eletrônico; moveleiro, calçados e material de transporte foram igualmente atingidos.

clicRBS: Que efeito teve a baixa do dólar no segundo semestre no setor industrial?

Paulo Tigre: No acumulado de 12 meses terminados em fevereiro deste ano, as exportações gaúchas representavam R$ 29 bilhões. De lá para cá, em dólar se manteve constante, mas em reais, caiu para R$ 25 bilhões.

Pergunta de internauta: O RS deveria mudar seu perfil de produção para não ficar tão vinculado às oscilações cambiais?

Paulo Tigre: O RS tem o segundo maior parque industrial do país, tem diversificação econômica e mesmo assim sofre esses efeitos citados anteriormente. Ou seja, o problema é conjuntural - nesse caso - e precisa ser resolvido com agregação de valor cada vez mais.

clicRBS: Qual foi o pior revés da indústria em 2005?

Paulo Tigre: Não foi um, foram vários. Em 2005 só tivemos três setores econômicos com desempenho positivo (química, produtos alimentares e bebidas). Em termos de prejuízo material, o setor mais atingido foi o de máquinas e implementos agrícolas; em mão-de-obra, o de calçados. Temos que resolver de vez questões estruturais como a tributária, os juros, o câmbio e um efetivo programa de desenvolvimento nacional - além de problemas conjunturais como a seca.

Pergunta de internauta: Qual é o principal obstáculo para se alcançar sua bandeira de gestão 'desenvolvimento já!'?

Paulo Tigre: Trabalhamos na aprovação de uma agenda mínima de governabilidade. Já há um trabalho nesse sentido em nível federal, coordenado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), porque os maiores problemas são de economia nacional. Já em nível estadual, trabalhamos no mesmo sentido. O projeto hoje anunciado pelo Estado, beneficiando alguns setores, atende a uma reivindicação da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) e das demais entidades do setor produtivo. Além disso, trabalhamos à longo prazo e em conjunto com as demais federações empresariais do RS, na apresentação de uma agenda estratégica de desenvolvimento estadual, num prazo longo. A sociedade gaúcha tem que assumir o papel de protagonista do seu futuro.

clicRBS: Qual a sua avaliação da condução econômica pelo ministro Palocci? Como ela impacta no setor? Que mudanças seriam necessárias?

Paulo Tigre: A política macroeconômica está coerente. Mas ela, por si mesma, não garante as condições para o desenvolvimento nacional. As reformas é que vão nos dar as condições estruturais para o crescimento além do mínimo que se tem obtido. Reformas previdenciária, tributária, trabalhista, sindical e política. Mas reforma de fato, não as parciais que vêm sendo ensaiadas. O Brasil precisa adequar as despesas às receitas e não o contrário, como vem sendo feito, com a conta sistematicamente cobrada à sociedade através de impostos.

clicRBS: Qual foi o número mais importante do ano para a indústria?

Paulo Tigre: Infelizmente, o número mais importante não aconteceu, porque os índices foram predominantemente negativos. Assim, o mais importante e, infelizmente, desfavorável, foi o do PIB-RS, que terminará 2005 com variação negativa.

clicRBS: Quais as perspectivas para a indústria em 2006? Como se pretende atingi-las?

Paulo Tigre: 2006 será melhor que 2005, até pela base negativa do ano atual. O mundo está em conjuntura favorável, o que cria boas expectativas para o Brasil e o RS. Mas precisamos de juros menores e câmbio mais favorável para que 2006 seja mesmo melhor.

clicRBS: Na sua opinião, qual deve ser a prioridade do ano para a indústria e governo? Qual foi a maior contribuição da indústria, em 2005, para o desenvolvimento social e econômico do Brasil, pela sua avaliação?

Paulo Tigre: Para o RS, o pacto social, que se faz necessário entre toda a sociedade. É preciso que se chegue a uma situação em que se gaste menos e melhor, para o RS recuperar sua capacidade de investimento. No caso da contribuição para 2005 e falando nacionalmente, cito a Agenda Mínima para a Governabilidade, produzida pela CNI com as federações estaduais e as organizações setoriais e entregue ao presidente da República há três meses. Esperamos por sua implementação.

 
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