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 | 12/12/2005 19h31min

Dono do JB faz proposta para compra de 25% da Varig

Negociação de Tanure com a Rubem Berta será de US$ 112 milhões

A Companhia Docas Investimentos, do empresário Nelson Tanure, fez hoje uma proposta para assumir 25% das ações da Fundação Rubem Berta, controladora da Varig. Tanure atualmente é dono do Jornal do Brasil e da Gazeta Mercantil, jornais que enfrentam dificuldades financeiras.

Tanure informou no final desta tarde a negociação ao ministro da Defesa, José Alencar. O preço da transação é de US$ 112 milhões. O negócio envolve a compra de 25% de participação na Fundação Ruben Berta, a FRB-Par, holding que controla a Varig. Em outro contrato, o Docas fez uma espécie de aluguel de 42% do direito de voto da FRB. Na prática, Tanure passou a controlar 67% dos votos e terá o direito de usar a marca por 10 anos.

Em comunicado, a Docas Investimentos informou as principais diretrizes que o plano de recuperação da companhia de aviação vai ter é otimização do nível de empregos, com o retorno de aviões à frota e o restabelecimento de linhas, a preservação do Instituto Aerus de Seguridade Social e o aumento do capital da Varig e das demais empresas do grupo FRB-Par – levando as ações às bolsas de valores, ampliando a base de acionistas e implementando práticas de governança corporativa.

Tanure é um empresário conhecido por assumir companhias em situação pré-falimentar e não necessariamente conseguir recuperá-las. Baiano de Salvador, ele já estava de olho na Varig há tempos. Neste ano, disputou a compra da companhia com outro empresário, German Efromovich, dono da Marítima e da Ocean Air, e também com o grupo português Pestana. Em setembro, chegou a fazer uma proposta de aquisição de US$ 202 milhões pela Varig.

Atualmente com 53 anos, o empresário saiu de Salvador aos 25 anos e mudou-se para o Rio de Janeiro com a intenção de se tornar representante comercial de empresas estrangeiras. Graduado em Administração de Empresa pela Universidade Federal da Bahia e fluente em inglês e francês, Tanure começou sua vida empresarial adquirindo no final da década de 70 a Sequip, uma companhia de equipamentos de petróleo e prestadora de serviços da Petrobrás.

Nos anos 80, comprou a Sul-Americana de Engenharia (Sade), de equipamentos industriais. Mais tarde, recebeu críticas de setores da imprensa afirmando que a então ministra da Economia Zélia Cardoso de Mello teria obrigado fundos de pensão das estatais a investirem na Sade. O empresário decidiu aumentar o capital da empresa e lançou um lote de 21,5 bilhões de ações, comprado por esses fundos de pensão. Recebeu US$ 12 milhões, dinheiro com o qual teria comprado o estaleiro Verolme.

O caso acabou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigava o tráfico de influência do ex-secretário de Assuntos Estratégicos no governo Collor, Pedro Paulo Leoni Ramos, conhecido como esquema PP. A Comissão de Valores Mobiliários investigou o caso e mandou informações para a CPI dizendo que a Petros (fundo dos funcionários da Petrobras) – um dos que comprara as ações – havia recebido "ordens de Brasília" para a aquisição.

A CPI concluiu seus trabalhos e enviou relatório ao Ministério Público, mas nunca foi aberto inquérito policial, e a ex-ministra e seu amigo, Nelson Tanure, não foram punidos. Tanure tem uma fortuna calculada em meio bilhão de reais, segundo sindicalistas.

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