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 | 09/01/2002 19h38min

Novo governo afegão exige entrega de líderes do Talibã

Libertação de ex-ministros gerou crise

A libertação de oito importantes líderes do antigo regime talibã provocou nesta quarta-feira, dia 9, uma das primeiras crises da nova administração no Afeganistão. O novo governo interino afegão e os Estados Unidos criticaram duramente a atitude das autoridades de Kandahar (sul do país), que, sem consultar o poder central, anistiaram os ex-líderes – entre eles três ex-ministros – pouco depois da rendição.

Entre os líderes anistiados está o mulá Nuruddin Turabi, ex-ministro da Justiça e responsável pela decisão de proibir as mulheres afegãs de trabalhar e estudar, entre outras medidas opressivas. Os outros ex-ministros anistiados são o da Defesa, mulá Ubai Dullah, e o da Indústria, mulá Saad Udin.

Os ex-dirigentes foram libertados com base em um acordo com as autoridades locais, acertado às vésperas da tomada de Kandahar, em 6 de dezembro. Segundo o acordo, o combatente talibã "que se entregar e que não for acusado de nenhum crime, será anistiado". Jalal Khan, assessor do governador de Kandahar, Gul Agha, afirmou que os ex-ministros foram libertados após reconhecerem a autoridade do novo governo interino.O problema é que, para os EUA, estes ex-ministros cometeram crimes.

Dando início ao plano para desarmar a capital afegã, Cabul, o novo governo interino do Afeganistão ordenou nesta quarta a todos os homens armados, com exceção da polícia e das equipes de segurança, que deixassem a cidade. Milhares de soldados com armas pesadas da Aliança do Norte têm ocupado Cabul desde a expulsão do Talibã, em 13 de novembro. As unidades militares afegãs têm agora três dias para evacuar Cabul e permitir que a força internacional e a polícia afegã assumam o controle da segurança na capital.

 
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