| 02/01/2002 01h12min
O novo presidente da Argentina, Eduardo Duhalde, fez um discurso na noite desta terça-feira, 1 de janeiro, clamando por um governo de unidade –somando forças políticas, empresarias, trabalhistas, organizações não-governamentais – para tirar o país da crise. As palavras de Duhalde diante da Assembléia que o elegeu foram marcadas pela retórica da unidade:
– Assumo tendo plena consciência das condições do país e com a decisão de encontrar as soluções que todo o povo espera. Não há nada de que congratular-se, de celebrar e aplaudir. Não é momento de cantos e marchas partidárias. É a hora do hino nacional – declarou o presidente.
Duhalde ressaltou que o país não teve capacidade de trocar o "modelo de exclusão social", instalado nas últimas décadas. Se comprometeu a terminar com este modelo e lançar as bases de um novo, capaz de recuperar a produção, o trabalho, o mercado interno e de promover uma distribuição de riqueza mais justa. Pedindo colaboração e
compreensão de outros países, o
peronista confirmou a moratória da dívida externa:
– Suspenderemos o pagamento da dívida pública. Não estamos em condições de fazê-lo e a única maneira de fazermos frente aos nossos compromissos internos e externos é recuperar a nossa economia – anunciou Duhalde.
Segundo o novo presidente argentino, as ações mais imediatas do governo terão três objetivos básicos: reconstruir a autoridade política, garantir a paz no país e lançar bases de um novo modelo econômico e social. Sem falar ainda de ações prática, Duhalde, demonstrou preocupação na criação de postos de trabalho e prometeu desenvolver um programa de seguro de emprego e formação profissional.
– Não é momento de achar culpados e sim de ver a verdade. A Argentina está quebrada, falida. Este modelo arrasou com todos. Destruiu a classe média argentina, quebrou as indústrias, pulverizou o trabalho – ressaltou o peronista.
Durante o seu discurso, Duhalde se comprometeu a governar até
dezembro de 2003 e não concorrer à reeleição.
Anunciou também que, quanto aos depósitos bancários congelados pelo governo, serão respeitada a seguinte regra: quem possui depósitos em dólares receberá dólares e quem depositou pesos receberá pesos.
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