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O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, acusou nesta quarta, dia 21, a Europa de prejudicar as iniciativas norte-americanas para combater a fome e a pobreza na África e em outros lugares. A declaração torna ainda mais tensa a relação entre os dois lados do Atlântico, já abaladas pela guerra no Iraque.
Numa cerimônia na Academia da Guarda Costeira em Connecticut, Bush tentou tranquilizar a população do país, assustada com a elevação do nível de alerta contra atentados. Ele afirmou que a rede Al Qaeda continua ativa. Mas "estamos progredindo bem" no combate ao grupo, disse.
Segundo membros da oposição democrata, a campanha militar para derrubar o regime do iraquiano Saddam Hussein acabou prejudicando a guerra à Al Qaeda, acusada pelos atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos. Tanto Saddam Hussein quanto o líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, continuam desaparecidos.
A Casa Branca argumenta que o mundo está mais seguro sem Saddam Hussein, mesmo que suas supostas armas de destruição em massa não tenham sido localizadas. Em seu discurso, Bush tentou ressaltar um lado mais positivo de sua política externa, dominada por duas guerras e pelo distanciamento em relação a alguns países da Europa.
– A ambição nacional da América é disseminar o livre mercado, o livre-comércio e as liberdades nas sociedades. Esses objetivos não se conseguem à custa de outras nações – afirmou.
Numa estratégia para diminuir o antiamericanismo em algumas partes do globo, Bush anunciou o envio de mais voluntários a países pobres e defendeu um recém-criado programa que recompensa financeiramente os governos que não se envolvem em corrupção e abusos aos direitos humanos e respeitam o livre-comércio. Ele também cobrou da Europa que "adequasse suas boas intenções aos recursos reais" para ajudar a combater a epidemia de Aids na África.
Em seguida, mencionou o seu próprio plano de destinar US$ 15 bilhões para essa tarefa, segundo uma
lei que ele deve sancionar na
próxima semana.
– Quero lembrar que o tempo está passando – completou.
Além disso, Bush criticou as restrições européias à produção de alimentos transgênicos, que segundo ele poderia eliminar parte da fome na África.
– Nossos parceiros na Europa estão impedindo esse esforço. Eles bloquearam todas as lavouras transgênicas por causa de temores infundados, sem base científica. Isso fez com que muitos países africanos evitassem investir em biotecnologia, por medo de que seus produtos sejam expulsos dos mercados europeus. Os governos europeus deveriam participar da grande causa de acabar com a fome na África, em vez de prejudicá-la – disse Bush, uma semana antes de iniciar uma viagem a Polônia, França e Rússia.
As informações são da agência Reuters.
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