| 10/05/2003 18h07min
O Secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, chegou ao Oriente Médio neste sábado, dia 10, para impulsionar a adoção do "mapa da paz", pedindo a israelenses e palestinos que continuem a dar os primeiros passos rumo à confiança mútua.
Ele desembarcou em Tel Aviv com uma oferta de ajuda da CIA (central da inteligência dos EUA) à nova liderança palestina, no combate ao terrorismo. A informação foi dada por auxiliares do secretário ao jornal britânico Daily Telegraph.
Powell deve fazer a proposta neste domingo, dia 11, em um encontro com o primeiro-ministro palestino, Mahmoud Abbas. O secretário também tem encontro isolade com o premê israelense, Ariel Sharon.
Neste sábado, dia 10, após conversas com o ministro do Exterior de Israel, Silvan Shalom, não há indicação de que Powell tenha conseguido a concordância para a implementação das primeiras medidas do plano, que visam estabelecer confiança entre as partes. O "mapa da paz" foi apresentado depois que um primeiro-ministro reformista palestino assumiu o cargo, em 30 de abril.
Fontes próximas a Ariel Sharon afirmaram que Israel vai repelir qualquer relaxamento precoce da ocupação militar na Palestina, como prevê o "mapa da paz", enquanto os grupos militantes não forem desarmados e presos.
Líderes palestinos aceitaram o plano que prevê a criação do Estado palestino até 2005. Eles acusam o governo direitista de Sharon, onde é forte a oposição à soberania palestina, de tentar destruir qualquer tentativa de paz.
– O mapa é controverso. Há elementos que podem desagradar um ou o outro lado. Mas é preciso começar e não entrar numa discussão prolongada – disse Powell aos repórteres ainda no avião, antes de aterrissar em Tel Aviv.
– Sabemos o que deve ser feito neste momento inicial, e vamos fazê-lo. Está muito claro: ações de segurança do lado palestino e do lado israelense, fazendo todo o possível para (Israel) diminuir as dificuldades de locomoção para o povo palestino.
O governo de Sharon não concorda, afirmando que os ataques suicidas palestinos e outros atentados vão aumentar se o país relaxar o cerco militar às cidades palestinas.
Palestinos afirmam que apenas uma retirada do governo israelense dará ao novo primeiro-ministro reformista palestino poder para controlar a "resistência" dos militantes.
Essa é a primeira visita de Powell à região em 13 meses, e a mais planejada iniciativa de paz para o Oriente Médio desde que fracassaram as negociações de Camp David, em 2000.
O "mapa da paz" exige que o primeiro-ministro palestino, Mahmoud Abbas, reprima os grupos militantes responsáveis por centenas de atentados contra israelenses. E que Israel retire tropas que ocupam ou cercam cidades palestinas, remova assentamentos judaicos e pare de construir novos assentamentos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.
Criado pelos Estados Unidos, Rússia, União Européia e Nações Unidos, o plano aposta na reciprocidade para funcionar. As informações são da agência Reuters.
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