| 02/01/2010 18h10min
A Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab) espera em 2010 dar um salto de qualidade na erradicação e controle da brucelose e tuberculose no rebanho bovino do Paraná. A estratégia para acelerar a vacinação dos animais e a eliminação dessas enfermidades foi discutida na última reunião do ano do Conselho Estadual de Sanidade Agropecuária (Conesa) de 2009.
Na reunião do Conesa, o diretor do Departamento de Fiscalização e Defesa Agropecuária (Defis), Silmar Bürer, apresentou o relatório de atividades de 2009 e estabeleceu entre as metas para o próximo ano avançar em sanidade animal e a consolidação dos Conselhos Municipais de Sanidade Agropecuária (CSAs). Os CSAs são compostos por lideranças e representantes do poder público locais e regionais que atuam em conjunto na conscientização dos produtores para evitar a incidência de enfermidades nos animais.
O relatório de 2009 apresentou a estruturação do Defis para avançar na erradicação definitiva da febre aftosa no Paraná. Segundo o secretário Bianchini, essa estrutura permite também que a Seab avance para novas fases de sanidade animal. O presidente do Sindileite, Wilson Thiesen, afirmou que as indústrias e laticínios querem agilizar ações em 2010 que visam melhorar a qualidade do leite no Estado e essa estratégia do governo de ampliar o controle sobre as enfermidades que afetam os rebanhos vai contribuir com esse objetivo, assinalou.
Thiesen pediu a contribuição do governo do Paraná para dar agilidade nas linhas de crédito para bancar a reposição dos animais com brucelose e tuberculose.
Atualmente a brucelose apresenta uma incidência de 1,73% de animais positivos em 4,01% das propriedades. E a tuberculose apresenta uma incidência de 0,41% de animais positivos em 2,33% das propriedades. Com o rebanho de bovinos com 9,6 milhões de cabeças são 166 mil animais com brucelose e 39.360 cabeças com tuberculose.
O Paraná é consignatário do serviço de defesa de um programa nacional contra tuberculose e brucelose, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Agora o Estado está criando as condições sanitárias gerais para a eliminação de todas as enfermidades possíveis, informou Marco Antonio Teixeira Pinto, chefe da Defesa Sanitária Animal (DSA).
A Defesa Sanitária Animal está preparando duas medidas como estratégia de ação para o combate dessas enfermidades. Uma delas é a vacinação compulsória de bezerras entre 3 e 8 meses de idade. Também será realizado o teste de diagnóstico para movimentação de animais com destino à reprodução. A outra estratégia é a adesão voluntária por meio da certificação de propriedade como livre ou monitorada pra brucelose e tuberculose, informou Marco Antonio Teixeira Pinto, chefe da DSA.
O secretário Valter Bianchini estabeleceu que a campanha de vacinação contra brucelose deve ser realizada duas vezes por ano, sendo a primeira etapa de 1 a 30 de maio e a segunda etapa de 1 a 30 de novembro, coincidindo com a campanha de vacinação contra febre aftosa. Segundo Teixeira Pinto, essa estratégia facilita o manejo sanitário do rebanho. Mas essa programação não inviabiliza a vacinação dos animais em outras épocas do ano. Serão vacinadas as bezerras de 3 a 8 meses.
A campanha de vacinação contra brucelose já evoluiu de uma incidência de 3% de bezerras vacinadas em 2001 para 67% em 2008. Para este ano, até novembro, já foram vacinadas 583 mil bezerras de um universo de 1 milhão de animais que precisam ser vacinados. A Seab espera atingir meta acima de 60% até o final do ano.
A brucelose é provocada pela bactéria Brucella abortus que provoca aborto, risco à saúde humana por meio da contaminação com a ingestão de leite contaminado. Por isso, se recomenda sempre o consumo de leite pasteurizado ou bem fervido para eliminar a bactéria que causa a enfermidade, alertou Teixeira Pinto. O animal com brucelose já instalada precisa ser eliminado.
Para a tuberculose não há vacinação, sendo necessário eliminar os animais para evitar a contaminação no ser humano, principalmente o produtor que lida diretamente com o animal. A enfermidade, provocada pela Mycobacteriun também prejudica a qualidade do leite.
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