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 | 16/12/2009 06h57min

Retrospectiva: Presidente da Apex-Brasil destaca valor do agronegócio para amenizar queda nas exportações

Alessandro Teixeira estima que parcerias comerciais com a China devem se intensificar em 2010

Nestor Tipa Júnior | Porto Alegre (RS)

O ano de 2009 como um todo representou uma queda significativa do comércio internacional. Vários países tiveram uma redução profunda nas suas exportações e no seu poder de compra, principalmente países como Japão, União Europeia e Estados Unidos, principais mercados compradores do Brasil. A avaliação é do presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (Apex-Brasil), Alessandro Teixeira. Para ele, o desempenho do setor do agronegócio foi relativamente melhor do que outros setores da economia brasileira.
 
- Nós teremos, se continuar um mês padrão, uma queda de 11% a 15% nas exportações do agronegócio. Comparada com a queda dos outros setores, ela está bem abaixo, eu diria quase metade, da queda dos outros setores. Isso mostra que foi um dos segmentos que garantiu a meta das exportações brasileiras, que foi superior às de outros países, principalmente Estados Unidos e União Europeia - afirma.

Teixeira acredita que setores como de carnes e de alimentos industrializados (chocolates, biscoitos, massas e afins) têm crescido bastante. Mas ressalta o potencial de outras cadeias produtivas, como a do leite.
 
- A bacia leiteira do Brasil cresce. Este ainda é um setor que não exporta em grande quantidade mas tem um potencial muito grande para os próximos anos - ressalta.
 
O presidente da Apex-Brasil destaca duas novas parcerias no ano de 2009. A primeira, com a Associação Brasileira de Hereford e Braford, com o objetivo de exportar a genética das raças, e com o setor de erva-mate, como produto principalmente de princípio ativo para a indústria cosmética e de bebidas.
 
- Vários destes setores iniciaram seu processo de exportação, mas não tinham uma estrutura forte. Como os projetos da Apex acabam participando de feiras internacionais, road shows, trazem jornalistas estrangeiros para conhecer o setor, e assim a gente vai melhorando como um todo o setor do agronegócio.
 
Para 2010, a expectativa é de crescimento nas exportações do setor de alimentos, porque países como China cresceram 8,5% este ano e ano que vem deve manter de crescimento. Teixeira lembra que a China passou a ser o principal parceiro do Brasil em 2009 e deve ser também em 2010, baseado justamente no consumo não só das commodities, mas no setor de agronegócios como um todo.
 
De acordo com o presidente da Apex-Brasil, o setor de arroz deve ser o novo parceiro da agência para 2010. Ele ressalta que o objetivo é fazer um trabalho parecido com os de cafés especiais, como cafés gourmet, onde estão obtendo resultados satisfatórios. Teixeira acredita que o mote será o de explorar a diversidade de tipos de arroz existentes.
 
- É um produto que está sendo demandado muito fortemente no mercado internacional, principalmente por China e Índia, que consomem muito - lembra.

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